Esqueço de contar algo, só pra ter um pretexto abrir sua janela do whats e desistir em seguida, te beijo no rosto, só pra colocar o nariz no seu pescoço e não esquecer o seu cheiro, quero te ver de novo, amanhã, sábado, segunda, e na quarta. E encerro minha noite abraçada ao meu travesseiro, e "amanhã a gente se vê." volta logo, eu gosto do teu perfume porque ele me lembra fim de tarde, porquê ele me lembra despedida, e vontade de permanência. Não fala nada hoje. Ou fala. Me surpreenda, chega devagar me beija, mas não repara minha bagunça sentimental, te abraçarei como se o tempo tivesse pausado depois que eu saí pela sua porta. A sensação de ansiedade de esperar a hora de você voltar, me abraça como uma criança abraça um brinquedo qualquer, daí você me acostuma ao teu cheiro, teu beijo, teu jeito, a tua delicadeza, teus defeitos, e em seguida me escancara a vida e me deixa assim, totalmente despreparada pra uma hora dessas que você resolve ir, e eu sinto como se fossem aquelas despedidas que não existem reencontros, e me pego abraçada ao meu moletom com o seu cheiro e lamento silenciosamente por não ser a gente, e te odeio secretamente por me fazer gostar tanto de você. Eu sinto falta de passar horas ao telefone falando sobre tudo e nada ao mesmo tempo, te contando sobre minhas nóias e paranóias e ouvindo a sua risada.
Eu juro, não quero te assustar, mas você sabe, eu tenho uma intensidade que não cabe em mim, vamos permanecer encima da linha permitida. Queria te pedir pra olhar as nossas conversas de duas semanas atrás onde a gente parecia tão próximo. Eu odeio o fato de ter nos aproximado tanto e você não me ligar quando você disse que iria, mas eu entendo. Cê disse que tinha adorado aquela nossa conversa, a nossa amizade, e tudo e me diz respeito, em seguida diz umas coisas bonitinhas e eu continuo acreditando em você, mesmo sabendo que isso não se faz.
Você disse que gosta muito de mim, e jura que está confortável assim, com essa aproximação distante, e promete que não quer ne magoar, mas você tem essa coisa de cientista bêbado, que acredita fielmente em algo, mas não sabe como explicar. Você ri, enquanto eu te mostro minha música favorita, e deixa o silêncio falar por nós, e nem se surpreende como o tempo passou rápido, a gente se abraça apertado e não quer mais se soltar, mas no meio da rua temos que mudar de calçada porquê nosso pseudo-amor-vampiresco não está preparado para ser visto à luz do dia. Você me conta as novidades que acontecem na sua vida, e eu me sinto como se eu já fizesse parte dela, tudo bem que eu sinto fazer, mas é cedo ainda, não é? Chega a hora de ir, e a gente nunca sabe quando nos veremos de novo, e isso me machuca. Amanhã vou sair com alguns amigos e queria que você conhecesse, mas a gente não pode ter essa proximidade exposta. Talvez hoje isso tudo seja errado, não pouco errado, muito errado, mas quando a gente gosta, a gente não pensa no que dizer, apenas diz. A gente não sabe quando iremos nos ver, apenas nos vemos. Mas foi em uma dessas madrugadas que você prometeu que não queria que nos afastassemos, e que não desistiria da gente e eu me permiti acreditar, mas aí eu te vejo desistindo, preso no seu comodismo sagrado.
Mais um dia qualquer me liga pra saber se cheguei bem em casa. Igual semana passada. Você me beija depois dá um oi bonitinho e finalmente pensa sem culpa no seu pseudo-amor, verifica se sua camisa está manchada de batom, e se depara com sua vida perfeitamente vazia: Já te disseram que não é saudável insistir em algo que não dá certo? Se não te disseram eu estou dizendo, quando eu deveria estar dizendo pra mim mesma.
Você não sabe ao certo o que vê em mim, mas de alguma forma meu jeito elegantemente destrambelhado te encanta, não é? Você sabe que pode ter uma mulher mais gostosa do que eu, mas por alguma razão encerra a noite comigo que ainda rio das suas piadas.
Aí você me liga, com aquele ar descompromissado e meigo de quem só quer ver uma amiga. Eu não faço a menor idéia do que vejo em você, mas seu jeito perfeitamente imperfeito me encanta. Você é um idiota, uma criança, um bobo alegre, um besta, um deslumbrado, um chato. Mas a sua delicadeza, a sua leveza como ser humano, me fez entregar o jogo. Eu posso ter o David Beckhan aos meus pés ainda assim, qualquer pessoas que tiver você ao lado, será a mais sortuda do mundo.
Aí a gente, sem saber ao certo o que está fazendo da nossa vida, somos um do outro, silenciosamente. Mesmo tendo um lugar melhor para estar, acabamos mudando de idéia sobre continuarmos sendo estranhos, e indo direto ao assunto, e nos atraindo como imãs de polos distintos, e nos complementando como dois fios de eletricidade iguais. E lamento, por não ter te conhecido há dois anos atrás, e lamento por não ter chegado primeiro na sua vida, e lamento por não ter direito de lamentar nada, e nem de querer um espaço na sua vida. Mas eu te entendo, mesmo sendo um chato, um idiota, eu nunca irei me cansar de você. Você é um ser humano incrível. Nunca perca isso, essa sua essência de criança. Todas as vezes que te vi, eu gostei mais de você, eu que nunca vejo graça em nada e ninguém. Eu sempre estive pronta pra terminar algo, ao invés de começar. Eu nunca vou entender porque a vida é assim. Eu nunca vou entender porque a gente continua voltando pra casa querendo ser de um do outro mas nós sabemos que o mundo não está pronto para nós, às circunstâncias nos obrigam a fingir que não houve nada, Porquê as nossas exatidões são como número de sinais distintos, em uma conta de mais, nunca haverá equilíbrio, não poderei correr para você quando nos esbarramos por ai, mas vou sorrir com os olhos, espero que você entenda.
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