Páginas

Me desculpe, mas você não foi especial

Quando eu lembro da última vez que te vi, minha mente projeta a última vez que você jurou que me amava.
Hoje abracei a insônia na madrugada, e quis te ligar, assim como ontem, assim como semana passada, então me agarrei a idéia de liberdade como quem se agarra com a mãe para atravessar a rua.
Quis te deixar saber que eu tinha saudades, as teclas dos teclados pareciam abismos me puxando, mas eu sabia que não teria coragem o suficiente.
Talvez eu estivesse muito carente de uma presença, e cogitei a sua. Mas eu tenho dignidade.

A beleza da falta de saber que se tem alguém pra sentir saudade, tem sua parcela de culpa.

Eu sei que te procurar não vai trazer meu velho conhecido de volta, nem vai preencher meu vazio existêncial,
quando passar a abstinência você vai voltar a ser um parasita na minha memória, e eu não vou lembrar porque gostava tanto de você, me arrependeria de ter cedido. 

Nem em todas as noites que habitam na minha insônia tem seu rosto estampado, e quando esbarro com você por aí, entro em contradição com o universo, e desvio meus olhos, e me torno fugitiva da Polícia, e torço silenciosamente pra ser perseguida pelos olhos que me enganaram um dia.

Sua vida não me interessa mais, eu nem gosto mais de você.

E deito de costas pro mundo e mergulho nas infinitas as possibilidades que me esperam fora da minha zona de conforto,
E lamento pelos dias em que eu confiei em você, e fiz de ti meu porto mais seguro.

Recorro ao passado enquanto lavo os pratos, e me pergunto o que deu errado, mas eu sei bem.

Você foi feito predestinadamente pra ser do passado, penso em voltar atrás e dizer tudo o que ficou entalado na minha garganta às vezes que você me magoava, mas eu não tinha coragem de fazer o mesmo, E então lembro do quanto o passado demorou pra passar, lembro o quanto aquelas noites de espera demoraram pra passar, lembro de como doía quando não passava, e também lembrei do quanto foi  maravilhoso quando passou, e eu finalmente parei de sentir saudade e me libertei de você, você não é especial, nem diferente dos outros, e nem digno de ser lembrado. Você que me acostumou a falar com você todos os dias, e não me preparou pra quando você fosse embora, e fez o passado passar lentamente como uma lâmina sob a pele, que quando passa deixa cicatrizes, mas você não foi profundo o suficiente pra deixar cicatriz na minha vida.

Margo Roth Spiegelmann é libriana

Eu vejo as pessoas ao meu redor procurando desesperadamente um amor, e eu nem lembro quando eu tive um...
Até lembro, de vez em quando lembro dele, quando ouço a palavra amor.
Vejo as pessoas fazendo planos, família, futuro, emprego, isso tudo soa tão perfeito que me assusta, quero dizer. Então essa é definição de felicidade? Arranjar um parceiro, ter filhos, e morrer?... Faculdade, marido, filhos, não consigo ver fascinaçao nisso. Semana passada ele era o amor da minha vida, hoje já me sinto sufocada, e a necessidade de ser livre, mas não livre dele, livre da obrigaçao de pertencer a um lugar, ou alguém. Eu quero ser livre, viajar, fugir, quero encontrar abrigo em mim mesma. Ser a necessidade de ser livre é uma doença, estou em estágio terminal.

Eu amo abril, porque abril me trouxe você

E novembro me tirou,
Hoje faz um ano que eu disquei seu número pela última vez, e você não me atendeu. Depois me retornou dizendo que estava com saudade, e eu desliguei na sua cara, porque não queria que você me ouvisse chorar do outro lado da linha.
daqui há um mês será dezembro, e vai fazer dois anos que você segurou minha mão, e eu te olhei com ingenuidade,
daqui um mês será Dezembro, e fará um ano, que eu te vi desistir da gente,
faz um ano que eu te vi abraçar um outro alguém, da mesma forma que me abraçava,
faz um ano que eu te vi olhar pra alguém, da mesma forma que me olhava,
Faz um ano que eu esqueci o seu cheiro, e suas manias, faz um ano, que eu tive que aceitar.

Uma nota sobre saudade que eu não tenho

 Te olho e finjo não tê-lo notado, e só quero correr para você e jogar na lixeira do seu prédio, toda a lógica dessa frieza filha da puta que ocupa o espaço onde havia amor. Querendo te enfiar dentro da minha vida para preencher o vazio de ser incompleta, e sentir que eu tenho um espaço a mais na minha agenda. 
O destino é mesmo um filho da puta, mas não mais do que quem fez o seu mapa astral. Queria calar as batidas do meu coração ansioso quando te vejo, com nosso abraço que transbordava paz.
Olho para o seu número e enumero mentalmente as razões para eu não te ligar, e te vejo se afastar, e está morando no mesmo bairro que eu, e ainda assim, há milhas de distância. Queria não cogitar te procurar, mas de vez e quando olho para o seu Número, e lembro de quando estava adicionado na minha lista de favoritos. Mas esse espaço vazio na minha te caberia tão bem...

Mais uma crônica de amor

Eu vi sua foto no álbum da sua avó, de férias na Jamaica, com sua nova namorada, ela é uma garota de sorte. Você está tão diferente, e crescido com um smoking preto, me fez lembrar de uns 3 anos atrás no casamento na praia da sua tia, você trajava um terno preto e uma gravata preta, ainda lembro que você disse que não esperaria o casamento terminar pra saber o que tinha encima das pedras, e então fugimos, e quando voltamos sua mãe estava maluca. Parece até outra vida, você e eu e os nossos grandes sonhos, apaixonados, como duas crianças no banco de trás, rindo da roupa dos convidados, também lembro das identidades falsas para entrar naqueles bares, e da gente fugindo do mundo e se escondendo no topo do edifício. E de você segurando minha mão na tirolesa, ainda posso sentir meu coração acelerado.
E hoje você está diferente, cortou o cabelo, usa gravata e sapatos que combinam, será que ainda ouve as mesmas músicas? Será que é apaixonado por ela? Será que está feliz?
Você a olha como me olhava?
Eu ainda tenho o primeiro anel de plástico que você me deu, ela tem um de diamante, eu tenho aquela foto nossa de férias na Bahia, e ela tem um ensaio fotográfico desses que colocam em convites de casamento, Eu tive o primeiro beijo e ela vai ter o último, ela tem todo o futuro, eu tive passado.
Ontem quando eu saí do curso de alemão me sentei numa cafeteria só pra pedir um capuccino e conversar com o atendente, e ele perguntou sobre você, assim como todas as vezes que me sentei ali, sempre passamos metade do tempo falando sobre você, a outra metade sobre as pessoas que não são você. Ontem, logo pela manhã, ele me perguntou, o que você tinha de tão especial pra me deixar tão encantada, tão apaixonada, tão presa, e logo me veio à mente aquelas férias em Porto Seguro, em que minha mãe deixou eu viajar com você e os seus pais, e nós saímos e nos perdemos na cidade, e dormimos na rodoviária, eu acordei no seu braço, não me pergunte porquê, mas eu me sinto tão bem falando de você, você ainda é o herói cafajeste que compõe minhas histórias mais bonitas. Eu ainda enxergo você da mesma forma, e tenho muito orgulho de contar aquelas aventuras, Dizem que quando um escritor se apaixona por você, você nunca morre, e nas minhas crônicas você tá bem vivo. Eu não sou mais a mesma. Eu Parei de tingir meu cabelo de Rosa, ainda tinha o seu skate guardado até semana passada, eu dei ele pra uma criança daqui do meu bairro, eu não aguentava mais olhar pra ele, e refletir um passado utópico e distante. Fiz o que você me dizia pra fazer, deletar as coisas ruins e acentuar as coisas boas. A minha mãe disse que ando mais alegre. O rapaz da cafeteria disse que quando eu falo de você, ele ainda nota um brilho nos olhos que eu não consigo disfarçar. Eles ainda não sabem, mas, se eles te conhecessem, entenderiam. Você já me fez tão bem, inúmeras vezes já fui dormir feliz, por sua causa, às vezes acho que nunca mais serei feliz daquele jeito, mas eu vou ser sim. Eu já entendi que felicidade não é sinônimo de romance ou relacionamento sério.
Eu vi sua foto com a sua namorada de férias na Argentina, no álbum de fotos da sua Avó, confesso, no fundinho fiquei imaginando e se fosse a gente. Sim eu visitei sua avó, ela ainda faz o segundo melhor café do mundo. Eu conheci a senhora da floricultura de quando você me mandava flores com o cartao de lá, ela me disse que te conhece, ela enalteceu que você encomendou orquídeas negras uma vez, e também acrescentou como você é gentil e educado. A neta dela está ocupando o cargo de floriculturista agora, ela vai adorar conhecer os olhos que me fizeram apaixonada um dia.

Acredite em mim, vai passar

Por um momento, você vai achar que ele é o cara certo, vai fazer planos que darão errado, vai se arrepender de ter se tornado tão inofensiva, vai chorar ao som de Ed Sheeran. Vai demorar a ficha cair e você se dar conta, que ele tá longe de ser o cara certo. Vai querer que todos os caras do mundo se explodam, vai passar o final de semana vendo comédia romântica, e se entupindo de nutela. Vai ouvir sertanejo universitário e querer quebrar o rádio quando a música te fizer lembrar ele. Vai se questionar todos os dias porquê foi tão idiota. Mas vai passar, como todos os seus amores, como toda dor incômoda que você achou que seria pra sempre, e hoje são cicatrizes.
Um dia vai dar certo, mas antes de dar certo Vai dar errado, você vai ficar cansada de se decepcionar, vai se acostumar com caras babacas, e essas decepção nem vão te incomodar mais. Da ultima vez que você se sentiu assim, foi quando seu ex te ligou, e disse que você estava mais linda, doeu desligar o telefone, mas foi melhor, você não sofreu pra sempre por causa daquelas decepções, em breve essa fase vai passar, vai aparecer alguém que te torne inofensiva novamente, e ele não vai ser como todos aqueles idiotas que queriam 5 minutos no banco de trás. Sua ascendência em capricórnio não te deixa sofrer, seu sol em libra não te deixa tão fria quanto você pensa que é. Você se importa demais com gente que merece menos. Mas vai passar, acredite, vai sim...

Está chovendo, e eu lembrei de você

Está chovendo lá fora e lembrei de nós. Lembrei do teu moletom que me servia de vestido, e também lembrei do teu guarda-chuva de pinguim me esperando na saída da aula, também lembrei dos abraços apertado, quando tu afastava meu medo de relâmpago, e dos finais de semana que pedíamos pizzas e passávamos metade da noite escolhendo um filme na netflix, e a outra metade passávamos fazendo tudo, menos assistindo, porque nunca fomos certos, nem sozinhos e nem juntos. Nossa certeza era apenas que éramos um do outro e o mundo, não existia, e a nossa única obrigação era sermos felizes, o resto era só o resto.


Está chovendo lá fora e eu lembrei quando dançamos na chuva em meio ao trânsito, e as pessoas acharam graça da gente.
Quem diria... Quando chove a minha melhor lembrança é você.

E, hoje, depois de gritarmos ensandecidos um para o outro que acabou, e você estatelar nosso amor na parede e transforma-lo em cacos, estamos por aí, acostumados com a distância, acostumados com a ausência, e nos preocupando em fazer dar certo com outros amores.

Uma analogia sobre relacionamentos

Quando conhecemos alguém e nos apaixonamos, gostamos de assemelhar a paz que sentimos em relação a outrem, à amor. E passamos um tempo dedicando nosso tempo a esse alguém, assim como segurar um elástico por muito tempo, e quem não soltar se machuca. E então um belo dia, um dos dois se cansa de se dedicar tanto, e o relacionamento torna-se unilateral, a princípio o lado que sofre se alimenta de pequenas partes da presença, e se alimenta com as pequenas partes de reciprocidade que vai se tornando extinta, alimenta uma esperança exacerbada, do parceiro voltar a se comportar como no início do relacionamento, e se culpa por ter perdido as rédeas. Existem casos que o tempo conserta tudo, e tudo entra nos eixos como mágica, mas em outros, as pessoas continuam insistindo em algo que não dá mais certo pelo medo de ficar só.
Às pessoas não mudam porque você se comportava de um jeito, ou disse algo, elas simplesmente ora se importa, ora não mais. É comum fecharmos os olhos e ver o melhor nas pessoas quando estamos apaixonados, eis que surge o famigerado ditado popular: "O amor é cego".
Então o lado que está cansado de se dedicar decide que chegou a hora de pôr um fim, e há resistência do outro lado, o lado que soltou o elástico. Como uma árvore: "Nunca olhei muito para esta árvore, mas não quero que a cortem, pois me fazia sombra, e me é agradável tê-la aqui." E infelizmente na vida também é assim, há pessoas que só apreciam a sombra, e não a árvore.
Lei da natureza: Uma hora as folhas secam e vão embora, naturalmente com o vento e novas folhas surgem.
Não se prenda a alguém por medo de ficar sozinho, nós nascemos sozinho e eventualmente morreremos sozinhos, aprenda a se libertar do que te prende, e não te deixa voar, não se torne uma árvore na vida de alguém, só porque a sombra é cômoda a ela.

Uma constatação sobre saudade

Saudade a gente tem dos buracos tampados
dos pedaços que ficaram pelo caminho,
dos olhares silenciosos,
daquela dor na barriga de tanto rir,
da noites que valeram a pena,
das madrugadas no telefone,
da esperança das notificações
do espaço preenchido,
do cheiro no moletom,
do coração acelerando e desacelerando num batimento descompassado,
de se esconder do mundo e se encontrar nas entrelinhas daquelas músicas que tocava no rádio,
da presença,
do carinho,
das mensagens escondidas,
das demonstrações,
do medo de perder,
daquilo que ficou de quem não pode ficar.

Sobre alguém que foi embora

Você não faz ideia de quantas noites, deixei de sair com os meus amigos pra escutar os seus desabafos no telefone,  você não faz idéia de quantas vezes eu fui dormir chorando, me perguntando o que eu tinha feito de errado pra você mudar tanto, é também não tem ideia de como eu me contive pra não demonstrar fraqueza na sua frente, quando você dizia estar interessado pelas minhas amigas, não faz idéia de como eu ganhava o meu dia quando você ficava horas no telefone comigo e dizia que eu era importante pra ti, e não faz idéia de quantas vezes eu me fiz de indiferente pra não parecer uma boba na sua frente, cara você não tem idéia das noites que eu perdi fingindo que não me importava enquanto passava noites planejando uma forma de volta a sermos o que éramos antes. Você não faz idéia de como eu fingia estar apaixonada por outra pessoa pra você ficar com ciúmes, e demonstrasse que ainda se importa, e você nem imagina como meu coração ficava quando você dizia que tinha conhecido alguém, torcia para os seu signos não combinarem, você não tem idéia de como eu ficava quando você passava dias sem dar notícias, e quando o telefone apitava eu saltava da sala pra cozinha na esperança que fosse vocé, mas não era você, nunca era você. Foram incontáveis noites me perguntando onde você estava, e se também tinha saudades, e se também esperava uma iniciativa minha, eu achei que enlouqueceria sem saber se você tinha encontrado com alguém melhor que eu nessas festas que você ia só pra sanar sua abstinência e se sentir menos sozinho. Você não tem idéia do mal que você me causou, e das longas noites de espera que você nunca veio, e das vezes que eu ia dormir me martirizado porque via o seu "Online" e sabia que você tinha outras prioridades que não eram eu, você não tem idéia de como eu acordava pela manhã e abria o telefone numa esperança ingênua que fosse você nas notificações, eu ampliava cuidadosamente a sua foto do perfil para que o aplicativo não ligasse para você, na esperança de que você sentisse minha falta, abria o seu perfil na expectativa de ter algum compartilhamento de uma página qualquer, pra alimentar minha esperança e me fazer sentir que eu ainda podia continuar esperando por você.

Eu colecionava imagens pra te mostrar pro dia que você sentisse saudade, e resolvesse me procurar, incontáveis noites fui dormir me perguntando se um dia você viria e chorava cada vez que eu me dava conta que as pontes que nos ligavam haviam quebrado, e a distância só aumentava. Você não veio, esqueceu da gente assim como um portador de Alzheimer esquece sua família, me esqueceu como se tivesse batido com a cabeça e tivesse tido amnésia.

Você me transformou em um decalque na sua estante, me tornei a sua terceira opção, você só vinha quando precisava sentir que existia alguém que se importava com você, você só vinha quando sabia que mais ninguém se importava tanto assim, só eu. Você foi baixo, transformou minha vida Alegre e feliz em um eterno drama, me enfiou na sua vida mais ou menos só pra me ver morrer pelas beiradas porque não me cabia, nunca fui sua primeira opção, nem mesmo a terceira, eu era a última, porque você sabia que de todas elas eu era a única que te esperaria, que suportava suas crises internas se m reclamar, sem pedir pra que você mudasse. Em meio em todas aquelas pessoas vazias que você conheceu na balada, eu era a única que te esperava, ficava em casa me perguntando se você tava bem, era a única que queria saber, era a única que te entendia, te compreendia, e respeitava o seu espaço, e ainda me desdobrava pra te pôr pra cima mesmo quando estava nos piores dias, era a única que me importava.  Era. Aí você fez as suas malas e resolveu sair pela porta, doeu sim, chorei muito por dentro, e por fora? Ah o meu sorriso. No fundo eu sempre soube que você era pouco demais para mim, você era raso demais, você era morno demais pro meu coração em ebulição, e eu nunca precisei ficar com as sobras de alguém, com as migalhas. Demorou, mas aí eu passei a olhar pra você, e der repente o encanto havia acabado, você é só um cara, nada demais, mas sabe eu me apaixonei pelo seu coração. Um dia alguém me disse “enquanto você continuar assim, vai ser cômodo pra ele” e era, você sempre foi um fraco, um covarde, virou as costas pra única pessoa que esteve lá por você quando mais ninguém estava. Enquanto eu continuasse lá você continuaria com as suas idas e vindas e ainda teria eu, que era sua amiga e incrivelmente apaixonada por você.
Que coisa mais traiçoeira enxergar as pessoas melhor do que elas são, Paixão cega as pessoas, hoje eu olho pra você é sinto dó de mim por ter feito isso comigo.

Eu admito que estava feliz até certo ponto, demorei aceitar que você não era mais o mesmo, por mais que eu ainda te enxergasse melhor do que você era, nada valheria apena, porque você mudou, você mentiu, você trapaceou. Você começou a usar frases prontas e nunca ligar na hora certa. Hoje você é apenas um estranho, alguém que eu não conheço, e nem sei se eu conheci, alguém que não me incomoda e que está presente apenas num passado remoto que ainda não esqueci, mas eu vou. Ainda lembro que você ameaçou ir embora, e achou que eu fosse chorar, dramatizar e demorou pra perceber que eu já tava forte o suficiente pra te enfrentar de frente e te mandar embora, ou pra puta que pariu na primeira ameaça. Disse que aquela era uma despedida e se despediu da forma mais fria possível, e eu me despedi da mesma forma que eu te conheci, com um sorriso no rosto.
Adeus meu querido, até nunca mais.
Pode ir embora, não vou impedir você de ir, tampouco abrir a porta pra você caso mude de idéia. Hoje não espero que você me ligue, ou mande mensagem ou algum sinal de fumaça. To curada dessa história. Tô curada de você, curada dos planos, das suas mentiras, das nossas lembranças que hoje são poeiras, curada das noites em claro, to curada das conversas antigas, de você do outro lado da rua, inclusive, da esperança que eu alimentei com as migalhas que você me dava, e não esquece de fechar a porta quando sair.

Logo em seguida eu soube que você saiu falando mal de mim por aí, apesar de ter ouvido e sentido cada palavra como uma facada, percebi que a imagem que eu tinha de você era totalmente equivocada. Eu teria te perdoado se você tivesse pedido desculpas, se tivesse me procurado para olhar nos meus olhos e reconhecer que você estava errado. Nem, ao menos, disse que sentia muito. Teria sido diferente se você tivesse admitido que errou.
Mas nada disso aconteceu, então eu deixei que você fosse, ainda com lágrimas nos olhos e sangue nas costas, de cada facada em forma de palavras. Quando eu amo, eu amo até o fim. Mas você quis testar o oposto do meu amor, e bem você conseguiu.

Você foi o primeiro a desistir, a soltar a minha mão e correr na frente, Palmas para você. Mas eu? Como sempre não vou correr atrás. Sabe o papel que você desempenhava na minha vida? Pega e rasga.
Não te dei meu coração inteiro para você estilhaçar. Eu posso aparentar ser forte, mas sou fácil de quebrar, sou uma caixa de papelão com um enorme adesivo escrito "frágil". Eu quebro como vidro, mas também corto.
Eu não vou guardar rancor, porque no meu coração enorme, só tem espaço pro amor. E apesar de tudo, incontáveis noites já fui dormir sorrindo por sua causa, Não vou conseguir fingir que você não existe se esbarrar com você por aí. Eu derrubo o que tiver nas mãos, tropeçarei, e capaz de até cair em cima de você só no susto. Não sei fingir não sentir o que eu sinto, e embora o que sinta seja uma eterna guerra interna, e eu esteja curada de querer saber de você, não estou preparada pra te ver novamente. Pode ser que eu te desculpe, mas você novamente na minha vida eu não quero.

Carta para alguém que não conheço mais

Nunca quis que você me conhecesse tão bem, nunca quis deixar você passar da linha imaginária permitida que estabelecemos. Eu não deveria ter deixado você me beijar, não da primeira vez e nem da segunda! Eu deveria ter saido correndo como eu sempre faço. Estou presa a certos anseios e condenei-me por ter sido tão inofensiva. Você viu o que eu faço? Eu penso demais, eu estrago demais, eu atrapalho demais. As vezes eu queria nunca ter te conhecido, mas as vezes queria ter te conhecido numa situação melhor, menos catastrófica, mas agora já é tarde, espero que você esteja bem onde você estiver, vou continuar saindo com os nossos amigos só pra saber como você está. Mas não me abraça apertado não, me deixe ir desta vez, mas antes de você sair pela porta me deixa te olhar. Não espero que você fique, ou me ligue, ou me procure. Espero que você supere suas crises no seu relacionamento.

Mas hoje, especialmente hoje estou triste,

Há muito tempo eu não perdia uma noite por causa de alguém. Mas foi diferente porque ontem eu não senti saudade como de costume, era só tristeza mesmo. O que eu sentia era uma imensa vontade de por um ponto final nessa nossa história sem início. Porquê acredite, não começou naquela quarta-feira. Mas, ao mesmo tempo eu queria acreditar que você era diferente, porque eu sempre tive esperança em você, sempre achei que você iria me fazer ver o mundo com outros olhos. Fiquei durante muito tempo pensando numa maneira certa de agir, foi aí que decidi esquecer essa porra de pseudo sentimento. Mesmo assim, insisti em colocar um ponto final. Jurei pra mim mesma que ontem à noite seria última vez que eu iria olha-lo nos olhos, apaguei suas mensagens, exclui seu número, joguei fora aquela corrente da sorte, que nunca foi da sorte. Bateu o desespero e chorei igual uma criança quando se perde dos pais. Chorei até dormir e acordei lembrando que havia sonhado com você. Sonhei que você me mandava mensagem e esqueceriamos, aqueles contras, aqueles contrários, Agora nem dormir em paz eu posso mais, ver você se tornou uma questão de fechar os olhos. Não chorei mais, em compensação quebrei meu juramento assim que saí da cama, desbloqueei meu celular, e torci em silêncio pra que fosse sua mensagem na notificação, e jurei de novo que seria a última vez. Fiquei triste o dia inteiro, aí você me ve, sorri, e finge estar feliz ao me ver. Não precisa mentir não, eu estou me adptando tão bem, com a sua imagem anti-heroica que minha mente boba te projetou. Queria tanto ficar bem com você, mesmo sem falar, sem contato, mas lembro que não tenho que me contentar com suas migalhas. Você nunca me deixou fantasiar essa história direito, Durante muito tempo eu esperei por você, mas infelizmente, eu não sou uma princesa, pra ficar procurando em você um príncipe pro meu conto de fadas.

Saudades eu tenho de quem você nunca foi

São 2am, e eu queria ouvir sua voz. Tantos viciados abstinente de droga e eu queria ouvir sua voz. 
Queria te contar as coisas que eu tenho passado, e que cara eu fiz 99,90 pontos no cartola, eu queria te contar, queria dizer que eu tenho saudades, e que essa distância não está saindo barata pra minha saúde emocional. Odeio te ver do outro lado da rua e fingir que não te conheço, olhar para você e quase deixo um sorriso se formar, mas ai desanimo. Olho para a sua foto no whatsapp, amplio cuidadosamente para que o aplicativo não te ligue, e digo baixinho "ah que saudade, daquele tempo." Você por acaso tem amnésia? Como você esqueceu tudo tão fácil? Eu preciso te dizer que me machuca te ver tão distante, e que mesmo que eu não demonstre e muito menos diga, eu tenho saudades, e que todas as vezes que Eu criei coragem pra te mandar uma mensagem travei uma guerra interna com meu orgulho e a saudade, e que todas as vezes que Eu fingia não te ver, não era porque Eu te odeio, ou porque estou em outra, ou porque eu não gostava mais de você, era ele, o orgulho, que me impediu de te ligar, mas quando eu não ligava, eu quase ligava. Eu precisava ouvir sua voz reclamando da vida no telefone, precisava que tu perdoasse aquelas bobagens, e me amasse como me amou naquele inverno, no final de agosto, mas eu sabia que isso não era possível, fui dormir chorando como a criança que eu Não sou mais! 

Se eu não te procurar mais, saiba que não foi por falta de amor, foi por excesso dele. Se eu não te ligar mais, saiba que eu pensei, muitas vezes, todas as noites, e quando eu não te liguei, eu quase liguei. Se eu mudar de calçada ao te vir andando em minha direção, saiba que não é por indiferença, é medo do meu orgulho ceder, e eu não conseguir evitar de arquear as sobrancelhas, e esperar que você arqueie de volta. Se eu não perguntar mais de você pro seu melhor amigo, saiba que me doeria saber que você está mais feliz do que eu desejei que você fosse. Se você esteve ocupado pra me ligar eu entendo. Se você tinha medo de eu te arrancar confissões, também entendo, se você não teve tempo pra me responder aquela mensagem, tudo bem eu entendo. Se for difícil falar comigo ao esbarrar comigo por aí, pode mudar de calçada eu entendo. Mas um dia vou esquecer mesmo, e então não vai adiantar me implorar, Chorar, mandar sinal de fumaça, vai ser sua vez de me entender.

Eu apaguei as nossas conversas

É moreno, eu não tive outra opção. Eu apaguei nossas conversas ontem, foi um ato de coragem,desses repentinos que a gente mal consegue explicar como foi que conseguimos ter. Não pensei pra fazer e se eu tivesse pensado, talvez, tivesse desistido. Acho que eu desistiria sim. Ainda não sei dizer se me arrependerei, agora, pelo menos, não e digo isso com a certeza de quem, por alguma razão, se sentiu aliviada depois de tomar essa decisão. Pode ser que daqui alguns meses eu olhe pra trás e note o quão impulsiva fui, apaguei longas conversas sem nem cogitar salvá-las em outro lugar, deletei de uma vez, porque eu sabia que era necessário, porque com ou sem arrependimento eu tenho certeza de que vou me agradecer por isso.

A verdade é que enquanto existissem todas as promessas e todas as músicas e todas as vezes em que você insinuou que daria certo eu continuaria esperando pelo dia em que retomaríamos o último assunto pra poder falar de nós. Eu esperaria você me chamar pra gente terminar de analisar aquele filme tosco que passou na tela quente e pra combinarmos o dia em que eu faria teu brigadeiro. Eu esperaria o convite pra sair ou um pedido de desculpas, eu esperaria enquanto existissem reticências e vírgulas e parágrafos sem finalização que me fizessem acreditar que ainda não demos o nosso ponto final, só que nós já acabamos, não é moreno!? Ou melhor, você acabou com a gente, eu só precisei apagar as suas mentiras.

Nos últimos dias eu estive relendo tudo mais de uma vez, aquele silêncio que denunciava a falta de novas mensagens doía. Chorei um pouco porque no meio de todas aquelas falsas palavras que você me enviava tinha o meu coração e ele era de verdade. Eu te amei com toda a minha alma moreno, te amei e achei que você me amasse também porque você atua bem, sabe? Tem um papo bom, é seguro no que diz e sabe o que falar, vai nos envolvendo sem que consigamos nos dar conta do que está acontecendo, e tava acontecendo uma merda grande que ficou fedendo só pra mim. O nosso fim tem cheiro de coisa que estragou e não foi jogado fora. Ele cheira à podridão em que você transformou a nossa história.

Apagar as nossas mensagens foi uma atitude muito mais metafórica do que você pode imaginar, eu precisava disso pra colocar a casa em ordem e voltar a respirar com calma. Cê sabe, pra mim tudo vai um pouco além do que nós vemos, aqueles diálogos não eram só os nossos diálogos, eles eram a gente. Eu apaguei nossas conversas pra poder apagar nós dois de mim. Eu apaguei os nossos rastros, os nossos planos e as nossas linhas. Apaguei os nossos para sempre, as nossas declarações e o futuro que eu achei que teríamos. Eu apaguei tudo aquilo que me remetia à algo que só aconteceu dentro de mim, na minha imaginação. Eu vivi essa história sozinha moreno, porque você sempre foi um personagem, bonitinho, legalzinho, mas de mentira.

Eu apaguei nossas conversas e você até pode achar que isso é loucura e que de nada adianta fazer isso se eu não mando dentro de mim e cê tem certa razão: não mando no meu coração, mas não tenho mais passado pra reler. Não recordo mais se você me desejou boa noite ou só parou de responder, não lembro se chegamos a marcar aquele cinema ou se ficou pra conversa que nós não tivemos, não sei se o último bom dia foi você quem deu e nem tenho como descobrir nada disso, porque, assim como nós dois, elas não existem mais. Eu não posso te apagar de mim, mesmo que eu apague tudo o que vivemos, mas esse foi o jeito mais fácil deu mostrar pra vida que ela já pode apagar a gente.


Gabriela freitas

Só pra você saber eu tenho saudades

eu tenho saudades independente do que eu disse. eu tenho saudades de forma fria e contínua que queima como uma faísca flamejante e me causa insônia, e se apaga quando acordo pela manhã.
eu tenho saudades porque quando eu não queria ouvir mais ninguém, era pra você que eu ligava.
tenho saudades. e continuo sentindo a troco de nada, no mais ínfimo íntimo, onde meus comandos mentais não possuem voz. eu tenho saudades no silêncio da noite, quando o único barulho é o ventilador, sinto saudade de quando sua voz era a última voz que eu ouvia.
eu sinto saudade, e dentre a camada do ódio que eu tenho, eu passei a última semana tentando me convencer de que não gosto de você mais, de fato eu não gosto mesmo, mas eu continuo de luto por quem você costumava ser. Sinto falta do seu cheiro, mas eu não lembro como é o seu cheiro. Você que passou a ser a pessoa que eu procuro quando não quero ver ninguém, e hoje que eu não quero ver ninguém, você não está mais lá.

Eu escolho você

Você não se parece nenhum pouco com o Príncipe que eu imaginei que casaria, quando eu era criança.
Porque você não é perfeito, você tem a boca enaltecida, e seu nariz não se parece nenhum pouco com o nariz da realeza, mas vez ou outra eu me pego me perguntando quê que eu vi de tão especial em você?
O cara dos meus sonhos não tem o desenho da sua boca, e o cabelo dele é grande, ele se parece muito com um cara que eu vi na banca de jornais, lendo o caderno de esportes. Eu ainda não conheci ele, mas se tivesse conhecido seria certamente numa loja de Cd's na sessão cults e cartazes de filmes europeus pela sala, ele teria os mesmos gosto músicais que eu, falaria sobre futebol americano, política, culinária, e me ajudaria com os memes do Twitter. Mas foi por você com o cabelo cortado no estilo militar, e com aquela sua pilha de livros que eu nunca vi você ler, e com o péssimo gosto musical, que eu me apaixonei. Porque você tem exatamente tudo o que eu odeio, e isso te faz perfeito pra mim. Porque você fala tanto, e eu não consigo te entender, porque você fala rápido, e eu Rio, pra fingir que foi engraçado, mas você é tão sem graça, que outro dia sonhei que a minha família te vaiava no seu show de stand up particular. Por que a gente briga, e jogamos palavras um no outro e no momento seguinte, não sabemos porque brigamos. Porque o homem perfeito tem o vocabulário culto, mas foi pelas suas gírias esdrúxulas que eu me apaixonei.
Eu sonhei sim com esse cara, que me levaria pra assistir peças teatrais, e em serestas com jazz e olharia para mim a noite toda e se sentiria um sortudo por estar ali comigo. 
Mas você com essa sua mania de  chegar suado do futebol, me abraçar apertado, e depois ir beber com seus amigos, e ainda me rotular de "Tua mina" faz minha idealização boba de contos de fadas parecer tão irrealista. E me faz querer tanto você daqui a pouco, Bravo, irritado, dramático, contente, porque você não me enjoa. Você me cansa demais mas não enjoa. 
E quando você me cansa e eu preciso de espaço e você me dá, e depois me abraça apertado, e eu encosto a cabeça no fortinho do seu peito, eu que sempre odiei os malhados, me sinto terrivelmente feliz, e peço a Deus para que eu nunca mais saía dali, porque eu te odeio, e juro que Não pode ser amor, as não existe ódio mais cheio notas musicais, refroes do Caetano, e passarinhos azuis enfeitando o meu vestido, não existe ódio mais bonito do que esse. 
Eu quero sim te matar, porque você tem uma mania ridícula de ficar monossilabico do nada, e eu quero te socar porque você já descobriu tudo o que me irrita e gosta de me ver irritada, reclamando de tudo, porque você sabe, eu sou tão simples como Bhaskara, e mesmo assim não desistiu de mim. Não somos um casal melado, eu odeio aquelas declarações clichês que você faz, e quando diz coisas lindas e me deixa sem graça, mas duvido que tenha alguém que duvide do nosso amor. Quer dizer, a gente duvida, mas somos loucos. 
O homem perfeito seria mais alto que eu, abriria a porta do carro, e colocaria o casaco sobre mim quando chovesse.
Mas você nem tem carro, e dirige o carro do seu pai, e quando choveu, você me puxou pra dançar contigo, e foi completamente embaraçoso, porque eu não sei dançar forró.
E o homem perfeito teria a maior paciência do mundo em me curar dessa loucura, e você tem o dom de surtar comigo. 
O homem perfeito é completamente bem-sucedido, joga golf, poker, despreza futebol pelo futebol americano, mas certamente eu fugiria com você, pra assistirmos o brasileirão, de havaiana e regata.  
E você cabe de sobra na minha intensidade, e acaba que a minha neurose fria se limita no quentinho do seu abraço. Você me vê surtando como toda mulher de vez em quando, mas se mantém calmo, e nunca me deixa perder o controle. Porque o homem perfeito caberia exatamente no estereótipo de homem que me pai idealizou para mim, mas foi pelas suas tatuagens que eu me apaixonei.
E o homem perfeito tem um beijo profundo e ritmado, e nossos corpos se encaixam tão perfeitamente que parecem peças correspondentes a um mesmo quebra-cabeças. E você tem um jeito caótico de me beijar, e nossos corpos não se encaixam nenhum pouco, mas mesmo assim nossas exatidões foram feita para se encaixar. E eu digo pra você ir embora, e é nesta única hora em que você não deveria concordar comigo, que você concorda. Foi difícil gostar de você, mas eu gostei. Te amar é muito fácil, e eu tenho medo de descobrir que o homem perfeito seria perfeito, mas o imperfeito seria perfeito pra mim. Porque você destruiu meu sonho de criança e me libertou para viver uma realidade diferente. E nós nos completamos assim mesmo, de uma forma torta, de uma forma perfeitamente imperfeita.

A sua foto

 E mais uma vez, eu abri uma página sua de uma rede social e fiquei olhando sua foto. Como eu já sorri olhando praquilo, você não tem idéia. Mas das ultimas vezes, infelizmente não era sorrindo que eu olhava, era com desanimo, com saudade e mágoa misturadas. Porque você tinha que morrer? Porque você tinha que matar tudo que eu sentia? Me obrigar a morrer também. Me obrigar a fingir estar viva pra todo mundo. Me obrigar a não chorar, quando tive vontade de chorar. Vontade de te esmurrar, te dizer que você é um idiota, um babaca, um cretino, um fraco, nunca passou disso. Nunca uma piada sua foi engraçada, nunca você me surpreendeu. Nunca. Mas eu não consigo deixar de pensar em você, a cada dia, a cada ato meu. E quando eu procuro outras pessoas, eu procuro imaginando você me vendo. E tendo ódio de mim. Porque eu quero que sinta ódio. Porque ódio significa alguma coisa, e é melhor que indiferença. Você que já foi tudo, já foi minha esperança, foi meu futuro imaginado, hoje não é nada. Não passa de uma foto numa rede social. Se eu vivo bem sem você, por que eu continuo te olhando? Por que eu sempre volto aqui? Por que eu ouço musicas que falam de tristeza? Por quê? Você não vale isso. Mas eu faço. Eu continuo fazendo. Como uma cerimônia de luto, eu sigo a risca. Mas acontece que você não morreu de verdade, do jeito que eu preferia que morresse. Você está ai vivo, vivendo sua vida, fazendo suas coisas, feliz, tranqüilo, sem sentir minha falta, sem olhar minha foto em rede social. Por que eu não consigo? Por que você não podia ser alguém? Eu esperei muito de você? Não. Eu não esperei nada, eu entendi tudo, eu entendia o que ninguém entenderia. Eu respeitei. Eu fiz como você quis. Tudo. Eu me anulei. Eu deixei de me amar, pra todo meu amor ser só seu. Eu voltei atrás. Eu chorei, eu pedi desculpas, eu agüentei besteiras. Agüentei tudo. Ajuntando do chão, migalhas do seu carinho, migalhas do seu amor. Do seu jeito explosivo e calmo. Um dia me amando como se a terra fosse acabar depois da meia noite. No outro dia um desconhecido me pedindo pra tratá-lo como qualquer um, por favor. Você é meu personagem favorito. O dono de todos os meus textos, de todas as minhas histórias. O dono da curvinha das minhas costas. E eu tenho que dizer isso agora, só pra uma foto numa rede social. Porque você morreu na minha vida. Você pediu demissão, seu cargo era o de presidente, era membro honorário do conselho, tinha tapete vermelho e eu me vestiria até de secretária se te agradasse. E você pediu demissão, sem aviso prévio nem nada. Me diz agora? Como viver bem? Como sobreviver, sem essa ponta de angustia? Eu sou feliz, cara. Eu sou feliz demais. Mas eu sou infeliz demais, quando penso em você. Quando penso no que poderia ser, no que poderia ter sido. Eu sei que não dá. Eu nem quero que dê. Não quero mais. Mas não sei o que fazer com esse nó. Vai passar né? Eu sei. Com o tempo eu não vou mais olhar sua foto, nem sofrer, nem pensar o quanto é infeliz tudo o que aconteceu. Tomara que passe logo. Porque a vontade de te ressuscitar as vezes, me domina. 


A sua foto, Tati Bernardi

Eu me importei até quando fingia que não

Eu queria que você soubesse que quando eu te disse que não me importava mais, na verdade, eu ainda me importava. Quando você ameaçou ir embora, eu disse que a porta estava aberta, mas eu torci muito pra você mudar de ideia e percebesse o que estava deixando pra trás. Quando eu disse que eu não gostava mais de você, eu ainda estava ali, gostando de você perdendo o meu tempo como todas as vezes.
Eu me importava mesmo quando eu não admitia, eu fui a única que esteve lá quando mais ninguém estava, deixei meus problemas de lados pra te ajudar com os seus, te apoiei mesmo quando você só fazia merda, lembra quando você se sentia mal? Eu estive lá pra te pôr pra cima, todos te deixaram, e eu fiquei, eu gastei todas minhas palavras, e os meus gestos mais altruístas, e até a minha energia pra te confortar. Eu continuei ali, enquanto todo mundo me aconselhava ir embora, eu ainda te olhava de um jeito bonito, quando todos os outros faziam piada de você. Eu te botei pra cima, mesmo quando o meu mundo desmoronava. E quando você chorava por outra pessoa, eu fiquei lá, e te dei todo espaço do mundo pra você ficar feliz, e se sentir confortável novamente. Eu te aceitei assim, sem me importar com sua aparência, ou as suas conquistas, te dediquei minhas músicas favoritas, e até desenhei seu rosto numa folha em branco, você sabe que seriamos bons amigos, bons parceiros, bons inimigos, mas hoje felizmente ou infelizmente somos apenas bons estranhos. Você vai embora, e eu só vou lembrar que você agiu da forma mais nojenta, covarde, cretina e repulsiva comigo, quando eu te dei o meu melhor sorriso, quando o motivo do seu era outra pessoa, quando você terminou seu pseudo-namoro e ficou mal, e tudo o que eu fiz foi ligar pra ti, e demonstrar que eu me importava, e que mesmo eu não estando nos melhores dias, te ajudaria a te por pra cima, e tudo o que você fez, foi fazer eu sentir que eu sou difícil de ser amada, e que não precisava de mim. Te dediquei o meu tempo pra ouvir você falar da sua ex, e te aconselhar imparcialmente. E fiz, fui melhor do que eu pude ser, e você arrancou de mim um sorriso cúmplice, apesar da grosseria terrível e ainda foi embora sem nem me explicar o porquê. Naquela época eu só queria que tudo ficasse bem entre a gente, que ainda tivéssemos aquela empolgação de nos ver, e passar horas no telefone, mesmo quando o assunto eram outras pessoas. Eu só queria aquele você de uns meses atrás, eu não te odeio, nem guardo rancor, porque apesar de tudo, você já me faz ir dormir sorrindo, já me fez acordar sorrindo, mas eu não te perdoo dessa vez!

Chegamos num ponto que não sobrou nem palavras bonitas pra acrescentar na despedida. Aos poucos, as coisas boas foram ficando pra trás e a gente nem percebeu. Aos poucos você que era primeiro pensamento ao acordar, se tornou o motivo pra eu mudar de música quando ela me fazia lembrar o que aconteceu, aos poucos a gente foi se desfazendo, e você que era o contato favorito no meu telefone, hoje não ocupa mais nem um lugar na minha agenda. Aos poucos aquele sentimento de paz que me fazia acordar estridente, se desvaneceu.

Nossa última conversa foi um pouco áspera, eu sabia que seria a última vez, mas eu esperava que fosse mais, um despedida que acendesse a esperança pra um reencontro, pra daqui uns anos, quem sabe, mas não. Talvez falei bem mais do que deveria da forma que não gostaríamos de ter dito. Te disse que tava indiferente, de fato tá mesmo. Mas não estava, eu deveria ter te agradecido, e principalmente, por ter me feito desistir de você, por ter saído da minha vida, e me feito perceber que o mundo não era você, nunca foi, e que você é só um cara, com uns problemas emocionais, e excesso de auto-estima, não que isso seja ruim, mas o seu problema é achar que você é o ser melhor do mundo. Quando tu foi embora, fiquei mal, mas ficar mal e sem você foi bem melhor que permanecer mal e continuar ao teu lado. Eu tinha muito medo. Eu tinha medo de não poder te ver nunca mais, medo de ter que mudar de calçada, medo da minha vida ficar vazia, medo por não saber como ficariam as coisas sem você e como eu seguiria sem te contar sobre a minha vida, e ouvir os seus conselhos. Não vou mentir, senti a sua falta sim. Quando o telefone tocava, sentia uma esperança besta que fosse você, mas nunca era você mas notificações, com o tempo você sumiu das minhas músicas, dos textos da Tati Bernardi, das notificações, e das minhas lembranças.

Mas tudo bem, não sinto sua falta, a pessoa que eu gostava foi embora há muito tempo, foi substituída por você, e desse novo "você" eu não gosto mais.

Me perdoe, mas eu te troquei

No começo troquei por lágrimas. Por rímel borrado, por vexames no meio da corrida no parque. Te troquei por quilos de chocolate. Muito suor e shakes de proteína.

Eu não queria que fosse assim. Mas foi. Te troquei por saudades. Por um vazio na alma que só quem já perdeu um amor e ganhou um coração partido sabe como é. Te troquei pelo colo dos amigos. Risadas cúmplices e bate papo de madrugada.

Te troquei por tequila. Por música alta, cheiro de cigarro no cabelo. Passinhos de dança mal ensaiados e muita ressaca.

Te troquei por sexo fácil. Beijos lascivos, caras mais novos. Renda vermelha, orgasmos, gritos e risadas.

Liberdade.

Te troquei. Me perdoe.  Te troquei por mim mesma.

Te troquei por sorrisos, muito amor e uma felicidade impossível de explicar.

E enfim não precisei mais te trocar por nada.

Desculpe. Te esqueci.

exnap.com.br

Estado Cívil: Feliz

A Felicidade que sentimos não é diretamente proporcional a conseguirmos ou não ter um relacionamento amoroso seja ele qual for: peguete, amizade colorida, namoro ou até casamento. No entanto, inconscientemente e até por pressão social nós acreditamos que para sermos felizes a condição é “ter um alguém”.E em nome de um “Amor” saímos numa busca louca e desesperada nos envolvendo em toda sorte de situações e com pessoas que na maioria das vezes não temos nenhuma afinidade, nos levando ao sofrimento, tristeza e carência. Quando entramos neste ciclo perigoso “da falta de nós mesmos” viramos presas fáceis para o engano, a fuga e a ilusão.

Existem pessoas que não conseguem ficar nem um dia sozinhas, vivem de namoro em namoro, de casamento em casamento, de pegação em pegação, emendam um relacionamento no outro na tentativa de curar o vazio, a solidão. Estão sempre a procura de alguém para suprir todas as suas necessidades, resolver seus problemas e proporcionar a tão sonhada felicidade. Estão sempre querendo se apoiar no outro. Não se amam, não se curtem, não se conhecem. Não conseguem enfrentar seus desafios, amadurecer e crescer.

Outras sustentam anos de casamento ou namoro em nome de um amor que não existe mais. Entregam-se a rotina, a violência física, a tortura emocional, a grosseria, a depreciação, as ofensas, as vinganças e as traições. Vivem de aparências e num verdadeiro inferno dentro de suas próprias famílias. Vão seguindo vida se entulhando de problemas e doenças, mergulhando no desrespeito mútuo, e destruindo-se a cada dia, desistem de viver. São pessoas acomodadas e escravas do destino que escolheram.

Seguindo nesta viagem em busca das maravilhas do Amor, também encontramos os céticos que não acreditam mais em ninguém, fazem tudo para não se envolver por medo de sofrer novamente. Gostam até certo limite. Trocam de amor, como trocam de roupa. Cultivam o amor a desilusão. Sustentam sua decepção por anos. Já os românticos vivem se apaixonando, amam demais e se entregam tanto ao outro que se anulam. Criam em suas mentes deuses e deusas. Esperam e idealizam demais: a mágoa e a decepção são sentimentos constantes.

A Felicidade que sentimos não é diretamente proporcional a conseguirmos ou não ter um relacionamento amoroso seja ele qual for: peguete, amizade colorida, namoro ou até casamento. No entanto, inconscientemente e até por pressão social nós acreditamos que para sermos felizes a condição é “ter um alguém”.E em nome de um “Amor” saímos numa busca louca e desesperada nos envolvendo em toda sorte de situações e com pessoas que na maioria das vezes não temos nenhuma afinidade, nos levando ao sofrimento, tristeza e carência. Quando entramos neste ciclo perigoso “da falta de nós mesmos” viramos presas fáceis para o engano, a fuga e a ilusão.

Existem pessoas que não conseguem ficar nem um dia sozinhas, vivem de namoro em namoro, de casamento em casamento, de pegação em pegação, emendam um relacionamento no outro na tentativa de curar o vazio, a solidão. Estão sempre a procura de alguém para suprir todas as suas necessidades, resolver seus problemas e proporcionar a tão sonhada felicidade. Estão sempre querendo se apoiar no outro. Não se amam, não se curtem, não se conhecem. Não conseguem enfrentar seus desafios, amadurecer e crescer.

Outras sustentam anos de casamento ou namoro em nome de um amor que não existe mais. Entregam-se a rotina, a violência física, a tortura emocional, a grosseria, a depreciação, as ofensas, as vinganças e as traições. Vivem de aparências e num verdadeiro inferno dentro de suas próprias famílias. Vão seguindo vida se entulhando de problemas e doenças, mergulhando no desrespeito mútuo, e destruindo-se a cada dia, desistem de viver. São pessoas acomodadas e escravas do destino que escolheram.

Seguindo nesta viagem em busca das maravilhas do Amor, também encontramos os céticos que não acreditam mais em ninguém, fazem tudo para não se envolver por medo de sofrer novamente. Gostam até certo limite. Trocam de amor, como trocam de roupa. Cultivam o amor a desilusão. Sustentam sua decepção por anos. Já os românticos vivem se apaixonando, amam demais e se entregam tanto ao outro que se anulam. Criam em suas mentes deuses e deusas. Esperam e idealizam demais: a mágoa e a decepção são sentimentos constantes.

Tudo isto em nome do “AMOR”? Ou será para manter o STATUS? Ou será para fugir de você? Você é feliz? Você se conhece? Há quanto tempo você não se dedica a você? Há quanto tempo você não faz nada do que realmente gosta? Estar sozinho não é o problema, não ser feliz com você, com sua vida é que é! Nós somos capazes de superar os desafios, aprender e caminhar com nossas próprias pernas. Todos os dias a nossa missão é de procurar mais felicidade e prazer.

Nascemos sozinhos, estamos sozinhos o tempo todo. Quando sofremos ou sentimos alegria estamos a sóis com o nosso pensamento, coração e alma. Os amigos, a família e os amores são flores na nossa estrada, são o conforto e o carinho que precisamos para nos dar coragem e alimentar nossa fé. Mas o trabalho, a todo tempo, é somente nosso.

É você com você! Por isso ficar do nosso lado com carinho e paciência é um compromisso.

Ser feliz só depende única e exclusivamente de você, não depende de ninguém e de nada externo a você, muito menos de um estado civil.

Todos nós queremos companhia e desejamos o amor. Mas amar é COMPARTILHAR e não SE APOIAR. É CONVIVER e não DEPENDER. É GOSTAR e não se ESCRAVIZAR. É caminhar lado a lado com companheirismo, alegria e prazer, é partilhar seu verdadeiro ser. AME-SE, RESPEITE-SE E SEJA FELIZ! Um amor… É consequência!

Por: Mônica Dias – Via: Coração em Retratos

Ainda sobre o meu amor épico parte II


De vez em quando eu me engano  e penso que eu te esqueci, deixo de te lembrar antes de dormir e esqueço do teu cheiro, é da rua risada, e finjo que não sei que foi você que me ensinou a fazer bolo de cenoura, até que o rádio toca aquela música e faz eu lembrar o quanto eu te amava. Saio com outras pessoas, é eu quase me amarrei em alguém no mês passado, ainda bem que me desatei facilmente, acontece sempre, mas eu não deixou me cavarem fundo, até onde você alcançou. Minhas amigas tentam me convencer de que isso é só uma forma de escape pra que eu me force a recomeçar, que no fundo eu só estou me enganando com esse papo de que eu te superei. Mas a verdade é que eu to crescendo. E que no fundo, eu sei, nunca foi você o meu amor épico. Nunca fomos predestinados. Ainda que tenhamos  nos amado em um passado.
Com você eu aprendi muitas coisas, é Com a sua ausência também. A gente vira gente grande e acaba descobrindo que na vida real o amor nem sempre vence. Eu entendi que amor, não é jogo, relação não é obrigação, e que o feliz para sempre nem sempre é juntos no final. Na vida real, existebo feliz para sempre, mas na maioria das vezes é "e foram felizes para sempre com outros amores...". Como Margo e Quentin, Eles não tinham muito a ver. Igual a gente. Ele a amava da forma mais sincera e crua. E ela queria viajar, fugir, liberdade. E ainda assim eles não ficaram juntos. Igual a gente.

Eu to te esquecendo, meio devagar porque eu sou apegada demais a nós. Deixei nossas fotos salvas em uma pasta do meu notebook, e torço pra ter amnesia e esquecer qual pasta. Eu sei que isso não te assusta, sei que aí dentro você comemora porque sabe que nenhum de nós nasceu pra sofrer, sei que você também iria ficar feliz por saber que eu tô feliz. Porque apesar de tudo, nós fomos felizes da nossa maneira e não tem motivo algum pra deixarmos de ser, ainda que em lugares diferentes. Pessoas diferentes, mundo diferentes.
Eu passei muito tempo planejando o que dizer quando nós víssemos por aí, torcendo pra que aquela despedida não fosse a última página, onde a história termina, só pra que durássemos um pouco mais, e eu pudesse esbarrar com você é te olhasse como se no mundo não existisse mais ninguém, mas não vai ser assim, pode ser que um dia a gente se esbarre por aí ou não, mas hoje eu precisava te eacrever bateu uma saudadezinha, boa, inofensiva, saudável, eu precisava escrever, e eu estou indo bem, obrigada.

Ainda sobre o meu amor épico

"De onde você tirou que ele é o seu amor épico?" pra quem assiste The Vampire Diaries, e shippa Stelena, certamente ligaria a nós, não que você seja um vampiro (Que eu saiba.) 
Ele trabalha numa loja de instrumentos musicais, e sempre que eu saía da aula, encerravamos nossas tardes, assistindo o por do Sol de cima da sacada do prédio. Parece uma recordação bonita, mas é uma recordação doída.
Ele dizia que sonhava em viajar pelo mundo, eu também sonhava, mas ele planejava, eu esperava que a vida seguisse a mesma rotativa, eu mudaria pra SP, Seria escritora e viveria um romance desajustado, ele queria fugir de casa pelos problemas familiares, temia se revoltar, estava em fase de separação dos pais, eu queria estudar, ser uma dessas pessoas que aos 25 já está com a vida resolvida, ele pensava em filhos, eu pensava em carreira, ele dizia que eu era louca por ser inconsequente, e que isso fazíamos perfeitos um para o outro, e éramos.
Há dois anos atrás quem nos visse sentados no banco da pracinha dividindo o mesmo fone de ouvido, compararia a gente aos casais de velhinhos que se conheceram no verão de '45 que foram felizes para sempre, e desejariam ser tão felizes como nós. E diriam que nós sim, encontramos o amor. Quem nos visse andando desajeitados, estabanados, rindo alto numa mesa de bar, diria que nós éramos perfeitos um para o outro. Ele adorava o meu jeito destrambelhada, é achava graça quando eu contava uma história, e imitava os personagens, e eu adorava a forma como o tom da pele dele se contrastava com o meu com facilidade. Há quem diga que nós éramos tão parecidos quase como irmãos. Ele era a minha luz no fim do túnel, meu refúgio nos dias ruins, de quem eu gostava de compartilhar meus dias bons e ruins, porque ele sempre tinha a resposta pra tudo. É engraçado falar dele no passado, ontem uma mulher aleatória me perguntou se eu o conhecia, eu ri, como quem ri ao lembrar se algo muito bom e neguei com a cabeça: Não mais. Eu nunca imaginei que um dia nós mudaríamos de calçada quando nos víssemos, hoje aquela sacada do prédio é só uma sacada de um prédio, e não A sacada do prédio. Lembro-me que certa vez queríamos fugir, e nos esconder do mundo, e então ficamos ali conversando, nem vimos as outras passem, eu acordei no ombro dele, com o sol na minha cara. O plano era sermos felizes, e fomos, fomos sim, fomos muito. O plano era nós contra o mundo. Dentre a 7 bilhões de pessoas no mundo. A gente se escolheu. E foi numa noite de quarta-feira que dissemos sim um para o outro. O mundo era minúsculo demais para os nossos planos de fugir e se aventurar no país das maravilhas. Éramos invencíveis, quem era o mundo, perto de nós?
Num domingo chuvoso eu conheci a mãe dele e a irmã, e na volta pra casa ele disse que me amava. Mas eu esqueci um pequeno detalhe, eu não era a sua princesa, você não era o meu príncipe, éramos só duas pessoas que em meio há uma sala lotada na escola se escolheu. Hoje alguém me perguntou se tu foi o meu grande amor, imediatamente minha mente refletiu nós dois, dois anos atrás fugindo de casa e se escondendo do mundo naquele cais, e de como deixavamos nossos pais malucos, e de quando invadimos o parque aquático a noite, e você quase me matou de susto quando o segurança nos perseguiu, ele era o seu tio. Não era amor daqueles mais sinceros, era? Você era tão inconstante como eu, tão louco, e sonhava em se aventurar por aí, me ensinou amar a liberdade e morar nela, éramos dois pássaros famintos por liberdade, presos a uma linha que nos ligava, não era o nosso signo que nos atraiu, nosso destino não se cruzou na maternidade, eu ainda lembro de quando juntamos os nossos dedos mindinhos e falamos sobre Akai to, a lenda do fio invisível que liga duas pessoas. E hoje eu tô com uma saudade doída, e desesperançada, sei lá, ele me ensinou muitas coisas, me ensinou tocar violão, me ensinou a não ter medo de arriscar, e me ensinou a se jogar sem medo das consequências, me ensinou a gostar de Red Hot Chili Peppers, e foi o primeiro; o primeiro a abrir a porta do carro, o primeiro a me dedicar uma música, o primeiro a me escrever uma carta, o primeiro a me ensinar brincar de amar; e eu te amei, assim como uma criança ama seus pais, ah eu amei.
Ontem na aula a professora disse que a coisa mais difícil que ela fez foi se despedir do cachorro dela chamado Bullock, e ela perguntou qual a coisa mais difícil que nós já tivemos que fazer, e solicitou uma redação de 25 linhas, e eu só consegui lembrar da nossa despedida. Não teve grito, briga, xingamento, confissões de última hora, pedidos para ficar, Bandeira Branca. Só teve um pouco de choro, e tristeza e um abraço apertado entre duas pessoas que sabiam que tinham tentado de tudo, mas que não dava mais, você tinha que seguir seu caminho longe do estado, e não dava pra continuar. A gente se gostava muito, e nunca em tanto tempo ficamos mais do que dois dias sem nos ver, e foi difícil porque eu esperava que você desistisse de ir, mas eu sabia que não dava, era o seu futuro, eu te olhei como quem não aguentava mais mais segurar as lágrimas e quando você me deixou em casa, eu vi o seu carro ir, até virar em uma esquina, e então eu chorei, cada um pro seu lado. Eu tive que aceitar. É muito ruim quando um relacionamento acaba, seja pelo motivo que for, mas muito pior é ter que dar adeus pra alguém que você queria que ficasse pra sempre ao seu lado. 

A gente quase completou dois anos de namoro, quase. Faltou uns três meses. Mas hoje, dia de finados, completamos um ano de separação, um ano que eu não olho para o celular com uma esperança boba de que seja você, um ano que eu me despedi da única pessoa que eu tive a ousadia de amar, e que pior: me amou de volta. Um ano que eu não olho com ingenuidade pra alguém, e vejo o mundo inteiro pelos olhos dela, ano passado essa hora, exatamente a essa hora, eu lembro bem, eu estava me arrumando para viajamos pelo estado, e voltar na segunda feira. Eu estava no shopping comprando besteiras pra gente comer no meio do caminho, e umas coisas que garotas compram no shopping, mas que não se mencionam em textos como esse, nesse dia tinhamos passado o dia sem nós falar, e no dia anterior você havia pedido minha opinião sobre as roupas pra levar. Quando você iria me dizer que estava pensando em desistir da gente? Quando? Você nunca disse, você me enchia de esperança, "são 4 anos, eu venho nos feriados, e você pode ir me visitar". E eu esperaria, fielmente, com o coração na mão, o tempo que fosse, eu esperaria. Aí você me liga, disse que tinha um assunto sério pra me falar, e disse pra eu te esperar, que você ia me buscar, imediatamente comecei a criar paranóias, Acho que eu nunca esperei tanto nada em toda a minha vida, como te esperei naquele estacionamento. Estávamos apenas nós dois. Ele me olhava com um sorriso morno nos lábios, e um olhar tristeza. Eu sabia o que ele iria dizer, mas aguardei pacientemente e torci pra que não fosse isso. Nesse momento podíamos ler os pensamentos uns do outro. Fui dominada por um instinto de repelir tristeza, aquele olhar fixo não era pra me dizer que daria tudo certo, ele me olhou e então disse "Não dá mais". Eu quis chorar, pirraçar, implorar pra que ele não fosse, questionei a Deus, e briguei com ele por longos 8 meses por não ter escrito certo por linhas tortas desta vez, e então ele me abraçou apertado, e disse baixinho que me amava, foi a última vez que eu me senti protegida no abraço de alguém. No fundo eu sabia que aquele abraço era o último, mas me recusava a pensar nisso. Um abraço tão forte ele me deu, fazendo com que me sentisse uma pequena garota sendo protegida por um anjo. Era sempre assim, mesmo quando estava esgotada aquela situação, quando o via sorrindo, me renovava. E então ele me deixou em casa, e delicadamente ele me beijou, os lábios macios. Suas mãos na minha cintura fazia eu me sentir que eu era dele, assim pude sentir seu cheiro, o cheiro que eu tanto gostava. Era gostoso quando ele me beijava assim, no meio de sorrisos. Mas nesse dia não era um sorriso de felicidade, era de tristeza. Aí ele colocou uma mexa de cabelo atrás da minha orelha, e enxugou as minhas lágrimas, e não proferiu nenhuma palavra.

Hoje um ano depois, a falta dele não me atrapalha mais, eu sempre terei coisas boas pra falar dele, talvez um dia desses eu me jogue nesses amores de cabelo cortado perfeitamente, com cheiro de estrago. Ou ache abrigo no abraço de alguém que anda com uma mochila enorme nas costas, com o rosto queimado de sol e os olhos de quem vivem à vida. Esses que viajam para países vizinhos, dormem em albergues, colecionam histórias nas estradas, divertem os outros com suas histórias, voando livres como sabiás.  Esses que eu queria ser, caso um dia tenha coragem. Talvez, só por hoje, eu me jogue não em braços, mas me segure em asas; sobrevoe, pelo menos, até eu aprender a voar, até eu aprender a me adaptar comigo mesma, sem a necessidade de ter alguém segurando minha mão, me ensinando a andar. Têm noites em que eu me sinto uma telespectadora de amores que se encontraram, e protagonista da história de amor mais linda que eu conheço.

Mas hoje, eu gostaria de agradecer por ter sido meu amigo, meu melhor amigo. agradecer por ter ficado do meu lado e por ter feito eu me sentir certa no universo: isso raramente aconteceu depois de você e talvez essa raridade doa mais que a sua ida e talvez seja eu que não deixe ninguém me enxergar tanto assim.
E eu lamento que o tempo não tenha feito a gente desandar. Eu lamento pelas brigas que a gente não teve e pelas raivas que a gente não causou um no outro, o que eu mais queria era tempo para não dar certo com você porque as lembranças perfeitas causam muito mais estragos que as ruins que eu nunca tive. Te ver apenas como uma pessoa incrível me fez questionar sua existência. E eu sempre te quis real e não incrível. Porque não tem como superar alguém incrível, não tem. e ninguém merece viver com a dúvida da comparação e eu não mereço perecer na incerteza de estar, lá no fundo, comparando qualquer pessoa com você. 

Continua...

Para uma menina com uma flor

Porque você é uma menina com uma flor e tem uma voz que não sai, eu lhe prometo amor eterno, salvo se você bater pino, que aliás você não vai nunca porque você acorda tarde, tem um ar recuado e gosta de brigadeiro: quero dizer, o doce feito com leite condensado. 

E porque você é uma menina com uma flor e chorou na estação de Roma porque nossas malas seguiram sozinhas para Paris e você ficou morrendo de pena delas partindo assim no meio de todas aquelas malas estrangeiras. E porque você quando sonha que eu estou passando você para trás, transfere sua d.d.c. para o meu cotidiano e implica comigo o dia inteiro como se eu tivesse culpa de você ser assim tão subliminar. E porque quando você começou a gostar de mim procurava saber por todos os modos com que camisa esporte eu ia sair para fazer mimetismo de amor, se vestindo parecido. E porque você tem um rosto que está sempre num nicho, mesmo quando põe o cabelo para cima, como uma+ santa moderna, e anda lento, a fala em 33 rotações mas sem ficar chata. E porque você é uma menina com uma flor, eu lhe predigo muitos anos de felicidade, pelo menos até eu ficar velho: mas só quando eu der aquela paradinha marota para olhar para trás, aí você pode se mandar, eu compreendo. 

E porque você é uma menina com uma flor e tem um andar de pajem medieval; e porque você quando canta nem um mosquito ouve a sua voz, e você desafina lindo e logo conserta, e às vezes acorda no meio da noite e fica cantando feito uma maluca. E porque você tem um ursinho chamado Nounouse e fala mal de mim para ele, e ele escuta mas não concorda porque é muito meu chapa, e quando você se sente perdida e sozinha no mundo você se deita agarrada com ele e chora feito uma boba fazendo um bico deste tamanho. E porque você é uma menina que não pisca nunca e seus olhos foram feitos na primeira noite da Criação, e você é capaz de ficar me olhando horas. E porque você é uma menina que tem medo de ver a Cara- na-Vidraça, e quando eu olho você muito tempo você vai ficando nervosa até eu dizer que estou brincando. E porque você é uma menina com uma flor e cativou meu coração e adora purê de batata, eu lhe peço que me sagre seu Constante e Fiel Cavalheiro. 

E sendo você uma menina com uma flor, eu lhe peço também que nunca mais me deixe sozinho, como nesse último mês em Paris; fica tudo uma rua silenciosa e escura que não vai dar em lugar nenhum; os móveis ficam parados me olhando com pena; é um vazio tão grande que as outras mulheres nem ousam me amar porque dariam tudo para ter um poeta penando assim por elas, a mão no queixo, a perna cruzada triste e aquele olhar que não vê. E porque você é a única menina com uma flor que eu conheço, eu escrevi uma canção tão bonita para você, "Minha namorada", a fim de que, quando eu morrer, você se por acaso não morrer também, fique deitadinha abraçada com Nounouse, cantando sem voz aquele pedaço em que eu digo que você tem de ser a estrela derradeira, minha amiga e companheira, no infinito de nós dois. 

E já que você é uma menina com uma flor e eu estou vendo você subir agora - tão purinha entre as marias-sem-vergonha - a ladeira que traz ao nosso chalé, aqui nestas montanhas recortadas pela mão presciente de Guignard; e o meu coração, como quando você me disse que me amava, põe-se a bater cada vez mais depressa. E porque eu me levanto para recolher você no meu abraço, e o mato à nossa volta se faz murmuroso e se enche de vaga-lumes enquanto a noite desce com seus segredos, suas mortes, seus espantos - eu sei, ah, eu sei que o meu amor por você é feito de todos os amores que eu já tive, e você é a filha dileta de todas as mulheres que eu amei; e que todas as mulheres que eu amei, como tristes estátuas ao longo da aléia de um jardim noturno, foram passando você de mão em mão, de mão em mão até mim, cuspindo no seu rosto e enfeitando a sua fronte de grinaldas; foram passando você até mim entre cantos, súplicas e vociferações - porque você é linda, porque você é meiga e sobretudo porque você é uma menina com uma flor.

Vinicius de moraes

Sei lá, eu tô feliz, tô despreocupada com a vida, eu tô de bem

Me livrei de tudo o que tirava o meu riso, me afastei de pessoas que nunca me quiseram ao lado. Plantei sementes do bem na auto-estima de alguém, perdoei o que tinha pra perdoar, e esqueci o que não tinha perdão. Tô bem, é sério. Escolhi o que achava correto, Escolhi o caminho errado, uma, duas, três, quatro vezes, e então retomei o meu caminho. Sorri, chorei, amei, sofri, mas superei, me libertei do que me prendia, de quem nunca realmente se importou comigo. Deixei pra trás pessoas que nunca mereceram estar ao meu lado, sigo feliz, livre, leve, e é bom estar assim, vez ou outra penso em como seria bom ter uma parceria em vida, um corpo aqui perto, entrelaçando energias,  pra afastar minha vontade e sair pelo mundo. Mas parece que o mundo anda complexo e raso, é fácil tirar a roupa, e fazer sexo, todos fazem isso, mas incrível mesmo é alguém que te despe a alma. Está fácil encontrar embalagens que combinam, mas não profundidades que se mergulham. É fácil achar alguém pra mudar o status no facebook, difícil mesmo é alguém que compartilhe contigo o mesmo amor.  Então me deixa aqui, com minha vida sem muitas emoções, sem expectativas, E eu aqui comigo mesma, já sei que a minha versão mais bonita e plena surge quando eu sei que eu posso ser frágil, sensível e exagerada, que ainda assim não é demais. Mas enquanto isso, uso minha fantasia de forte, racional, comedida e sensata. Mas eu eu pudesse no entanto lhe dar um Conselho seria: Mergulhe em alguém profundo, com uma alma que se permite a amplitude. Que não ache a sua forma de amar, demais ou de menos. Não tenha medo de arriscar, tenha medo de permanecer onde não lhe cabe. Se for assim pule, de cabeça, porque eu já não consigo mais evitar dizer o que penso, não deixar transbordar meus sentimentos e amar como se nunca tivesse amado antes. Eu extravaso. Eu aqui comigo gosto de ser livre no viver, no expressar, e muita gente confunde liberdade com libertinagem, contraversão dos costumes com descontrole, independência com promiscuidade, e confundem a abertura para minha vida com entrada franca para a minha privacidade. 

Layout por Maryana Sales - Tecnologia Blogger