Espera um pouco mais, não vai embora, não corra por aquela porta como se eu tivesse te mantendo refém. Me deixa te olhar um pouco mais para nunca mais esquecer porque eu me apaixonei pelo seu sorriso, quem poderia me culpar, não é mesmo? Já faz quase um ano, que desistimos um do outro, e eu te odeio por ter desistido primeiro, odeio seu conformismo, te odeio por ter seguido em frente primeiro, odeio... Mas ai lembro o quanto eu estava feliz naquela época, tão feliz que eu podia morrer, então obrigada. Mas eu te odeio, porque eu nunca saberei se aquele era amor mesmo, ou apenas fruto de uma imaginação libriana, que adora enfeitar histórias mais ou menos. E projetar tudo melhor do que realmente foi.
Se você quiser ir agora, a porta está encostada.
Não me olhe assim por favor, esse olhar como quem gostaria de ficar mais cinco minutinhos, e nem ouse pensar em me abraçar, porquê você sabe, desepedidas carregam por trás a esperança de um reencontro, e eu não posso permitir que os seus olhos me enganem novamente.
Então eu fecho meus olhos e tento refazer mil vezes a cena em que você disse "Te amo", tão monossilabicamente desajeitado, mas eu esqueço o seu rosto, e me odeio porque minhas inúmeras tentativas de esquecer você conseguiram apagar o seu rosto da minha memória, aí eu abro as suas redes sociais pra me lembrar e vejo que está feliz. Talvez mais do que há dois anos atrás. Então calculo a possibilidade de te ligar só pra saber se você está feliz, e reescrevo mentalmente os porquês de não te ligar, embaralho os números do seu celular lá no fundo da minha mente pra quem sabe numa dessas tentativas frustradas quem sabe eu esqueça ele. Você deve achar estranho que após todos esses anos eu ainda escreva algo para você, aposto que você pensa que eu te odeio, ou que eu segui em frente porquê todas as vezes que você dá um passo em minha direção, eu fujo e me escondo. Mas ainda sinto essa falta que deixa meus pés gelados com saudade dos seus, sinto a falta dos seus braços ao meu redor cantando alguma música do Red Hot Chili Peppers, a falta da sua mão que acolhia os meus medos, não está mais aqui.
Como naquela festa se aniversário do seu avô, seu primo fez questão de que eu fosse, sabe... Depois desse tempo nós ainda somos amigos. E lá estava você do outro lado do deck, tomando alguma coisa, pensei em rir, arquear as sobrancelhas, correr até você e dizer que sinto sua falta. Mas ai você está com alguém, e a abraça como costumava me abraçar. É nessas horas que imploro para que meu estado emocional fodido não me retire do campo de batalha, porquê é assim que eu me sinto quando você está perto, uma competição de quem se importa menos, ai imploro para me fazerem rir e me obrigo a rir de qualquer coisa. Mesmo que nada tenha tanta graça quanto as suas imitações. Tento me focar em algo que não seja relacionado a falta que você faz do outro lado da mesa.
Mas eu espero que um dia tudo isso vá embora,
teu cheiro,
teu rosto,
teu gosto,
e tudo o que não me deixa em paz.
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