Hoje é dia dos namorados, e eventualmente seria um dia que eu te ligaria para passarmos o dia juntos e fazermos todos aqueles clichês que os casais sem graça não fazem, e jurariamos de dedinho nunca sermos como eles. Assistiriamos futebol depois passariamos o resto da noite jogando Uno, é isso que eles fazem né? Mas hoje foi um dia sem ligações, eu assisti futebol sozinha, enumerei mentalmente todos os porquês de não bater no portão do seu apartamento.
E automaticamente passo o dia te odiando.
Odiando, por aquelas flores que você não mandou no meu aniversário.
Odiando, por aquelas mensagens de bom dia que eu recebo, que nunca são suas.
Odiando, o fato de você passar o dia com um outro alguém.
Odiando, o meu medo de seguir em frente também, me fazer conformista, e aceita que nós nunca mais seremos os mesmos. Eu tô cansada desse cenário panorâmico catastrófico que as pessoas estão, e nos obrigam a estar. "Se ele não veio atrás, porquê você iria?" "Segue em frente, ele seguiu também" "Não corre atrás..."
Sabe o quão lamentável é ver alguém que há uns meses atrás era o pseudo-amor-da-sua-vida, escorregar pelas suas mãos?
Queria poder demonstrar a dimensão do carinho, da saudade que tenho por você, e da ansiedade que me agrega quando penso que vou te ver. E te falar todas aqueles diálogos que eu vi em gossip girl, que eu ensaio na frente do espelho. E dizer que eu te perdoo pelas flores não entregues. Pelas nossas fotos apagadas. Pelas demonstrações não demonstradas. Eu entendo que as circunstâncias nos obrigam a ser covardes e conformistas. Mas eu não te perdoo por ter nos transformado naqueles ex casais superficiais, protagonistas de uma competição de quem se importa menos, que juramos nunca ser, e aqui estamos nós... Propagando a cultura do desinteresse. Sabe, eu ainda mesclo os nossos nomes, e até escrevi na parede do banheiro do cursinho. Demonstrações esporádicas como essas me faz lembrar quando eu estava na 5° série. Quando gostava de alguém escrevia um bilhetinho, aquilo era amor, essas táticas de auto-proteção que nos obrigam a usar só servem para afastar quem deveria estar perto, enquanto você finge que é forte para não ser julgada. Esse é só mais um texto pra pilha de coisas que você nunca vai ler, e lamentar por quê no fundo eu só queria que você soubesse.
Paola. 21. Libra. Sou uma princesa prisioneira dos meus próprios dragões emocionais. E eu não preciso ser salva.
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