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A ti bendigo o amor que nunca soube dar

na vastidão de terras mortas, entrevi alguém, embriagado na própria solidão.

era a primeira manifestação de vida em mim. Em anos.

você foi a planta morta que transformou meu eu bucólico num frenesi.

E a herança da escola,

permanecem vivas, mediante isto - desconheço o significado da palavra "Sempre"

minha missão que era achar uma nova nomenclatura, falhou.

a setecentos dias se passaram desde que te conheci

minhas mãos prolíxas,

uma vez que escreveu nossos nomes na mesa suja da escola, e no ps dizia para sempre.

não haveria forma mais digna de dizer que o tic-tac do relógio te levou, senão as flores franzinas jogadas no meu lixo, 

jamais tive uma ideia tão congruente a fim da libertação de dores inexpressivas senão a de escreve-las.

houve uma noite de solidãoem que uma brisa invadiu o meu quarto, e deu a vida a algo morto em mim há muito tempo, meu rosto inexpressivo cedeu e riu. Enquanto eu te sufocava numa caixa miúda pela inclemência de amar sozinha até que a sua impetuosa reciprocidade me sufocar.

talvez você nunca saiba que junto às suas flores, estava o meu anel, encarapinhado do tempo, me veio também uma devoção ao nosso pertencer a nós despertencendo, sobre o que passaria a nos pertencer.

 eu pude amar o abraço inepto,

a miséria do cenário,

os figurantes que protagonizaram a nossa história,

as cartas niilistas,

o amor que acabou,

e me atentei enraizada,

desde o que era ao que me tornara,  

por tal amor.


foi você

que entregou visão, tato e olfato a esse corpo inerte,

que desviou os ventos pacíficos,

que roubou os meus poemas ruins, e gostou da minha coleção de blues antigos.

ao longo de todo este tempo, tudo que havia entre nós eram um espaço na minha cama e um áspero silêncio

entalando no peito cada plano pretendido, e frustrado,

mas, hoje, 

hoje eu acordei, 

lavei as mãos,

pus o lixo

para fora

e vi

você florir.

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