em meio ao cao desértico eu te proponho ficar,
me ajude a recolher as flores mortas, e as folhas do outono passado, que eu te ajudarei renunciar o seu trono,
e sarar os arranhões da sua armadura,
e consertar o porta-retrato,
e cortar o seu cabelo,
e ser sua...
porque seu medo de altura contrasta com minha impulsividade,
eu te proponho pular, nesse abismo,
porquê morrer isolado na sua zona de conforto é quase tão ruim quanto morrer de saudade.
Paola. 21. Libra. Sou uma princesa prisioneira dos meus próprios dragões emocionais. E eu não preciso ser salva.
Em meio a tempestade oceânica eu te proponho paz,
De todos os meus poemas ruins você ainda é o meu preferido
Você desceu a terra só para embelezar a natureza,
Enfeitar meu notebook,
E novamente decalcar-se no meu wallpaper...
Hoje quando você soltou minha mão, eu sabia que seria a ultima vez,
Posso fantasiar 10 reencontros e todos eles seremos dois desconhecidos fingindo que nunca houve amor,
eu pressiono os olhos quando o uísque desce pela minha garganta, porque a morte tem um gosto desagradável
e essa é a forma mais prazerosa de se morrer,
morrer lentamente não dói,
tentar engolir o mundo aos 21 anos sim.
amassar o rosto chorando numa noite de quinta-feira
é mais difícil que esquecer uma tarde olhando o céu
eu queria que o mundo acabasse
antes de sermos destruídos por ele,
num dia desses em um desses encontros casuais, talvez a gente encontre explicação.
Essa não é uma carta de uma ex
Nunca deixei ninguém se aproximar tanto de mim, não sem se machucar. Nunca abri minha guarda. Até tentaram, Nunca mesmo, se esforçaram, mas elesforam até o raso da minha alma profunda, e correram assustados. Mas você, você era diferente, era um herói destemido e temido por sua bravura. Viu a imensidão que eu era e não teve medo de pular. Conheceu os meus dragões e juntou-se a eles. E os manteve a sua mercê. Quem poderia culpa-los? Você sabia ser encantador. Foi assim que me senti quando te conheci, encantada. Inofensiva. Você era o herói destemido, e eu a princesa afogada em meio à pessoas vazias. Baixou a minha guarda e me trouxe de volta à superfície terrestre, e deu de volta a vida.
Você abria a porta do carro, e cantarolava a sua música favorita do John Mayer.
Me chamava de "Meu amor" e prometia estar sempre ali.
Dormiamos no capô do seu carro, e assistiamos o jogo no domingo.
Eu queria te dizer naquela época que estava cansada de me decepcionar, e que sentia a urgência de ser feliz naquele momento. Eu quis dizer também que te amava, naquele exato momento que você me abraçou. Não disse, verdade. Entre uma decepção e outra você foi quem ficou, enquanto eu assistia os outros irem.
Eu quis te dizer que quando você terminou seu último namoro que eu sempre soube que ela não era a garota certa para você.
Não é praga de ex. Porquê no fundinho da minha alma, eu queria que você fosse feliz. Não disse que a garota certa era eu, eu nunca me senti a garota certa para alguém também. Quando Você me disse que a vida estava seguindo, desejei que ela seguisse e te trouxesse de volta para a minha, troquei as palavras por um abraço apertado, e esperei que você entendesse a mensagem. Eu sei que você esperava dar certo, mas novamente viu felicidade se esvair diante dos seus olhos. Eram felicidades momentâneas, e você procurava alguém que fosse uma constante tempestade catastrófica que te trouxesse calmaria. Você procurava uma garota que transformasse tempestade em uma brisa no fim da tarde. E olha, de todos os rapazes que conheci, na vida, você é o que mais merecia Alguém que te transbordasse. Você merecia uma garota, que te fizesse um bem incondicional, que te fizesse rir até a barriga doer, que te fizesse se perguntar todos os dias, como não a conheceu antes, uma garota que te traga paz. E isso eu te disse, uma, duas, ou três vezes. O que eu não disse, o que eu guardei pra mim e que eu queria ser essa garota para você. Mas eu não me sentia única e tão especial assim. Você me lembrava todos os dias o quanto eu era especial, me abraçava tão apertado que o mundo inteiro cabia no seu abraço. Você me olhava todos os dias, e beijava a ponta do meu nariz, e dizia que ia sentir falta de nós nesses dias, semanas, meses... Hoje eu deito a cabeça no travesseiro e sinto um vazio, porquê desde que decidimos tomar rumos diferentes, eu nunca mais esperei uma mensagem ao acordar. Eu nunca mais olhei com ansiedade pro Telefone. Eu nunca mais vi o graça nas pessoas, eu nunca mais tive alguém pra sentir saudade. Eu nunca mais fiz planos pros domingos.
Eu nunca disse que era amor, mas você sabia...
Eu esperei
Eu esperei uma mensagem sua às três da manhã, esperei que você deixasse o orgulho de lado e confessasse que sentia saudades, esperei esbarrar com você na fila no pão, esperei uns meses e uns quebrados, esperei por uma troca de olhares na fila do mercado, esperei que você tropeçasse em mim no corredor, que esbarrasse nos meus livros e me ajudasse a recolher, que abrisse o meu caderno e visse os nossos nomes escrito com caneta azul, esperei que sua foto escorregasse no meio da bagunça e que você ficasse surpreso em ver que eu te guardava nos meus livros, esperei que seus amigos falassem de você pra eu perguntar como você está, esperei que a promessa da cigana fosse real, esperei que o destino tivesse pena de nós, esperei nas canções, nos poemas, nas entrelinhas do meu livro favorito, nos clichês e nos filmes de romance, nos diálogos de gossip girl, esperei um táxi naquele dia chuvoso, onde as lágrimas se misturavam com os pingos de chuva, esperei na minha fé, nas minhas orações, esperei em um milagre, um abraço, esperei que o meu cabelo crescesse, esperei o tempo te trazer de volta, esperei o tempo que foi necessário,
Eu esperei sim, eu esperei muito,
Eu esperei por uma mensagem que nunca veio, nós não nos esbarramos na fila do pão, seus amigos evitam falar de você perto de mim, encontrei com sua mãe na fila do mercado, ela estava com a sua namorada, elas se dão bem, a sua sobrinha ainda me chama de Titia, você não tropeçou em mim no corredor, sua foto não está mais nos meus livros, nem sei onde estão, sorte delas, senão estariam no lixo. Mas chega uma hora que a gente cansa correr atras de quem não quer ser alcançado, cansa de insistir em algo que não existe, cansa de pedir atenção de quem não consegue parar de olhar pro próprio umbigo, cansei de minimizar sua culpa, e esquecer tudo o que deu errado, de colocar esperança onde não tem nada, de ver amor em meio ao vazio.
Hoje eu não espero mais nada.
Eu deixei de te amar
Aos poucos a tristeza que decaía quando em um fim de noite qualquer eu me pegava vasculhando suas redes sociais perdeu o sentido. O problema é que quando você foi embora, você começou a estar presente demais. Demais. Eu mal consigo me lembrar como era a vida antes de você, mas estou reaprendendo. Você me enfraquece quando está por perto, e eu não posso deixar. Você me concedeu a proeza de odiar quem não me dá esse amor perfeito que eu espero, e tirou a graça dos meus olhos e direcionou só para o seu cabelo quase tão escuro quanto os seus olhos. E olha, Eu não quero mais.
Eu amava você pela maneira como você levava á sério meus dramas familiares.
Eu amava você pela forma como você me segurou nos ombros naquele show do Armandinho.
Eu amava quando você dizia que adorava minha cara emburrada.
Eu amava como você andava com sua mão nas minhas costas.
Eu amava quando você dizia que éramos parceiros no crime.
Eu amava as pintinhas alinhadas na sua nuca.
Eu deixei de te amar quando percebi que você era viciado na idéia de ter alguém.
Eu deixei de te amar porque eu sou viciada em fantasiar amor demais.
Eu deixei de te amar, quando vi que você tinha uma nova companhia pra acadêmia.
Eu deixei de te amar quando você deixou de reparar meu corte de cabelo novo e se preocupar com as mentiras dos jornais.
Eu deixei de te amar naquela quarta-feira chuvosa que eu passava o dia esperando um sinal de fumaça seu, e o que eu recebia era uma pilha de nada.
Eu deixei de te amar quando seu perfume ficou enjoativo.
Você me disse que eu amava quem eu queria que você fosse e não você.
Eu amei até morrer a imagem fantasiosa de um personagem que eu inventei? Ou eu simplesmente atribuí a você qualidade que você não tem?
Eu perguntei de você pra sua mãe. Eu percebi que eu não tenho que ficar provando pra Deus e o mundo que eu não me importo, que a vida seguiu, porquê a real é que tá tudo uma merda. Se vamos continuar sendo inimigos, ou desconhecidos, saiba que eu vou ser aquela que vai invadir o seu casamento, só pra você me notar. Eu deveria ter saudade de você o tempo todo mas eu não tenho, eu tenho um ódio tão proeminente que me faz querer chorar. Eu deveria fazer terapia. Eu deveria entrar pro clube do livro. Eu deveria estar me preocupando com meu futuro ao invés de querer saber se você ficou com ela naquele primeiro mês que terminamos, você ficou? Não me conta.
Naquele domingo, no aniversário da sua mãe, eu não esperava um convite da sua avó, e ela não esperava que eu aceitasse, e nem eu, muito menos te encontrar com ela. Foi como se não existisse um lugar confortável pra eu ficar, e eu reconheci aquela dor quando te vi do outro lado. Você estava apaixonado por ela. Era a cara que você fazia pra mim quando nos conhecemos. A cara de doente em estágio terminal. Estava chovendo e você se surpreendeu quando percebeu que eu estava feliz, aos olhos de quem visse. Sentei em uma mesa com o seu primo e a namorada dele, e inexplicavelmente não senti ciúmes com ela do outro lado.
Todo o sentimento que eu poderia sentir que sempre era tão maior do que eu poderia colocar em palavras, eu não senti, que era raiva, indiferença, saudade, medo e o pior dele o amor.
Seu cheiro de desodorante caro ainda incomoda minha paz de espírito e invade a minha sala de estar. Eu pensei em sorri pra você do outro lado da mesa. Mas não sinto mais amor. Você causa em mim o que um conhecido distante me causaria, se se sentasse numa mesa ao lado da minha. "Um conhecido". Você foi a pessoa que mais amei na vida e agora me causa a surpresa, de uma presença desimportante.
O amor não vive na ausência, na saudade, na imaginação, na paranóia, no não saber, no silêncio, nas fotos, nas músicas, na lacuna não preenchida.
Certa vez você me sugeriu para vivermos a vida. E disse que estava na hora de eu ir embora. Eu gritei "Você tem razão" da janela, você não ouviu porque estava livre.
Fico pensando se te amei ou tive uma compulsão desenfreada por você, assim como eu tinha compulsão por sapatos. Se você não era uma promoção imperdível de um sapato caro, e eu me rendi aos seus encantos na vitrine. E eu te enfiei dentro de minha sacola. Mas quando cheguei em casa, não servia no meu pé. Era a hora de comprar outro, mas eu te amei tanto que continuei usando, mesmo causando danos aos meus pés.
Eu não consigo. Eu sempre lembro de você apertando meu pé naquela festa da sua mãe, quando nem nos falávamos mais. Eu adoraria te desenhar enquanto você dorme, pra eu lembrar como você dormia, quando você estiver velho, e o seus olhos não terem mais um efeito emburrecedor.
Eu te odeio e te guardo junto com o meu jardim morto. Fico com raiva porque você também sente saudades mas é a ela que você idealiza o seu casamento. Lembro de quando eu te disse que estava apaixonada. Você ficou nervoso "e disse que depois conversávamos" depois você me liga e me pergunta porquê eu estaria apaixonada e eu enumero mentalmente uma lista extensa de todos os porquês eu não deveria estar, mas aí minha necessidade de estragar os diálogos fofinhos diz: "Ah você tem o cabelo bonitinho".
Esse não é um texto sobre o dia dos namorados
Hoje é dia dos namorados, e eventualmente seria um dia que eu te ligaria para passarmos o dia juntos e fazermos todos aqueles clichês que os casais sem graça não fazem, e jurariamos de dedinho nunca sermos como eles. Assistiriamos futebol depois passariamos o resto da noite jogando Uno, é isso que eles fazem né? Mas hoje foi um dia sem ligações, eu assisti futebol sozinha, enumerei mentalmente todos os porquês de não bater no portão do seu apartamento.
E automaticamente passo o dia te odiando.
Odiando, por aquelas flores que você não mandou no meu aniversário.
Odiando, por aquelas mensagens de bom dia que eu recebo, que nunca são suas.
Odiando, o fato de você passar o dia com um outro alguém.
Odiando, o meu medo de seguir em frente também, me fazer conformista, e aceita que nós nunca mais seremos os mesmos. Eu tô cansada desse cenário panorâmico catastrófico que as pessoas estão, e nos obrigam a estar. "Se ele não veio atrás, porquê você iria?" "Segue em frente, ele seguiu também" "Não corre atrás..."
Sabe o quão lamentável é ver alguém que há uns meses atrás era o pseudo-amor-da-sua-vida, escorregar pelas suas mãos?
Queria poder demonstrar a dimensão do carinho, da saudade que tenho por você, e da ansiedade que me agrega quando penso que vou te ver. E te falar todas aqueles diálogos que eu vi em gossip girl, que eu ensaio na frente do espelho. E dizer que eu te perdoo pelas flores não entregues. Pelas nossas fotos apagadas. Pelas demonstrações não demonstradas. Eu entendo que as circunstâncias nos obrigam a ser covardes e conformistas. Mas eu não te perdoo por ter nos transformado naqueles ex casais superficiais, protagonistas de uma competição de quem se importa menos, que juramos nunca ser, e aqui estamos nós... Propagando a cultura do desinteresse. Sabe, eu ainda mesclo os nossos nomes, e até escrevi na parede do banheiro do cursinho. Demonstrações esporádicas como essas me faz lembrar quando eu estava na 5° série. Quando gostava de alguém escrevia um bilhetinho, aquilo era amor, essas táticas de auto-proteção que nos obrigam a usar só servem para afastar quem deveria estar perto, enquanto você finge que é forte para não ser julgada. Esse é só mais um texto pra pilha de coisas que você nunca vai ler, e lamentar por quê no fundo eu só queria que você soubesse.
Ao meu amado, Rudolph
Ainda lembro quando você cabia na palma da minha mão, você cresceu tão rápido que o mundo era pequeno demais para você, você brigava para não tomar banho, e brigava pra não sair de dentro da água. Você tinha ciúmes do seu irmãozinho, e tinha medo de fogos de artifício, você foi um anjo da guarda, mas um anjo mesmo puro de coração, e uma inocência que transbordava. Distribuia o seu amor se é que existe amor, ah existe sim, o seu era amor sim, me amava com todos os pedacinhos do seu coração, me amava muito, ah Rudolph, queria ter passado mais tempo com você, queria não ter adiado aqueles sábados que eu não te levava para passear, queria ter deixado você dormir comigo naqueles dias de tempestade. Hoje minha vida está vazia esse texto não faz sentido pra você, mas é que tá doendo muito. Eu perdi alguém que eu amava muito, mesmo que eu nunca tenha te dito isso, mesmo quando brigava quando você pulava na minha roupa branca. Não consigo lembrar de como era o mundo antes de você. O problema é que quando a gente ama alguém, achamos que tudo é imortal. Os seus brinquedos ainda estão jogados na varanda, agora eu olho a sua casinha vazia e a tristeza que transborda nos meus olhos eu não consigo colocar em palavras. Eu fiz tudo o que podia, mas não deu, não existe dinheiro no mundo que te traga de volta. Meu amor, meu vagabundinho, você se foi e não volta mais. Acho que de tanto brincar que você era imortal, acabei acreditando. E você deixou um vazio enorme aqui na nossa familia, esse silêncio é pertubador. Espero que você esteja no céu onde você pule, corra, espalhe o lixo de Deus mas não quebre as plantinhas dele. Acho que este é um até logo. Eu sei bem que você estava precisando de um lugar assim, espaçoso. Te amo daqui até o céu. Vou sentir sua falta pra sempre.
Não vá embora...
Espere, antes de ir embora me deixe te olhar um pouco mais, me deixa memorizar os pontos que ligam cada uma das suas sardas, não vá embora sem me dizer o quanto eu fui – ou sou – importante para você. Não bata a porta só porque o teu orgulho é grande demais para voltar me abraçar apertado e nos olharmos com a promessa de um reencontro. Não me deixe pensar que fui apenas um capítulo entre você e o amor da sua vida. Não vá embora sem que antes eu te olhe nos olhos. Não vá embora assim. Não deixe eu me atrever a compara-lo com os meus ex, e me conformar com essa história e associa-la com todas as outras mais ou menos.
Não vá embora em antes sorrir, pra eu nunca mais esquecer porquê amava o seu sorriso. Não me deixe acreditar que você não tá nem aí, que não se importa.
Não finja que nossa história só teve um significado para mim, e que o tempo em que estivemos juntos foi perda de tempo. Não me deixe carregar a culpa de não ter dado certo porque metade do conformismo foi seu. Não vá embora sem antes se desculpar pelas vezes que jogou em mim aquelas palavras que eu não merecia ouvir. Não vá embora sem antes dizer que se pudesse lutaria por mim.
Então não vá embora sem antes me dizer que aqueles domingos em que ficavamos juntos eram os melhores do mundo. Não me deixe acreditar que eu fui facilmente substituível.
Mas se tudo isso for muito dificil para você, saiba então que eu te entendo, que tudo bem fingir que não me conhece na fila do pão. Tudo bem que diga aos seus amigos que eu fui perda de tempo. E diga para sua namorada que eu eu fui uma aventura. E para quem te pergunte que nunca me conheceu. Ria alto com sua nova namorada quando se sentar atrás de mim no café, e exclua todas nossas fotos do seu instagram. No entanto se eu puder te pedir alguma coisa peço que não finja que aquele tempo não foi o melhor da sua vida, ai deixo que você siga em paz.
Tudo o que não me deixa em paz
Espera um pouco mais, não vai embora, não corra por aquela porta como se eu tivesse te mantendo refém. Me deixa te olhar um pouco mais para nunca mais esquecer porque eu me apaixonei pelo seu sorriso, quem poderia me culpar, não é mesmo? Já faz quase um ano, que desistimos um do outro, e eu te odeio por ter desistido primeiro, odeio seu conformismo, te odeio por ter seguido em frente primeiro, odeio... Mas ai lembro o quanto eu estava feliz naquela época, tão feliz que eu podia morrer, então obrigada. Mas eu te odeio, porque eu nunca saberei se aquele era amor mesmo, ou apenas fruto de uma imaginação libriana, que adora enfeitar histórias mais ou menos. E projetar tudo melhor do que realmente foi.
Se você quiser ir agora, a porta está encostada.
Não me olhe assim por favor, esse olhar como quem gostaria de ficar mais cinco minutinhos, e nem ouse pensar em me abraçar, porquê você sabe, desepedidas carregam por trás a esperança de um reencontro, e eu não posso permitir que os seus olhos me enganem novamente.
Então eu fecho meus olhos e tento refazer mil vezes a cena em que você disse "Te amo", tão monossilabicamente desajeitado, mas eu esqueço o seu rosto, e me odeio porque minhas inúmeras tentativas de esquecer você conseguiram apagar o seu rosto da minha memória, aí eu abro as suas redes sociais pra me lembrar e vejo que está feliz. Talvez mais do que há dois anos atrás. Então calculo a possibilidade de te ligar só pra saber se você está feliz, e reescrevo mentalmente os porquês de não te ligar, embaralho os números do seu celular lá no fundo da minha mente pra quem sabe numa dessas tentativas frustradas quem sabe eu esqueça ele. Você deve achar estranho que após todos esses anos eu ainda escreva algo para você, aposto que você pensa que eu te odeio, ou que eu segui em frente porquê todas as vezes que você dá um passo em minha direção, eu fujo e me escondo. Mas ainda sinto essa falta que deixa meus pés gelados com saudade dos seus, sinto a falta dos seus braços ao meu redor cantando alguma música do Red Hot Chili Peppers, a falta da sua mão que acolhia os meus medos, não está mais aqui.
Como naquela festa se aniversário do seu avô, seu primo fez questão de que eu fosse, sabe... Depois desse tempo nós ainda somos amigos. E lá estava você do outro lado do deck, tomando alguma coisa, pensei em rir, arquear as sobrancelhas, correr até você e dizer que sinto sua falta. Mas ai você está com alguém, e a abraça como costumava me abraçar. É nessas horas que imploro para que meu estado emocional fodido não me retire do campo de batalha, porquê é assim que eu me sinto quando você está perto, uma competição de quem se importa menos, ai imploro para me fazerem rir e me obrigo a rir de qualquer coisa. Mesmo que nada tenha tanta graça quanto as suas imitações. Tento me focar em algo que não seja relacionado a falta que você faz do outro lado da mesa.
Mas eu espero que um dia tudo isso vá embora,
teu cheiro,
teu rosto,
teu gosto,
e tudo o que não me deixa em paz.