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segunda-feira,
23
de

Me deixe em paz com minha paz

Eu não bebo pra te esquecer não, eu bebo pra lembrar, bebo pra criar coragem e te ligar e vomitar aquelas verdades que eu ensaio todos os dias na frente do espelho. Eu bebo porque não posso correr o risco da sobriedade me fazer indiferente a vida inteira. O seu silêncio ensurdecedor me causa ânsia de vômito. Pessoas encima do muro me assustam. Tenho medo da dualidade das suas intenções que ora me quer, ora muda de idéia, me faça querer sentar e esperar que as suas idas e vindas parem em mim. Preferia mil vezes a clareza do seu "não te quero"  do quê o malefício da dúvida. Você gosta de mim, mas você ama ela... Não, você não a ama, isso é coisa da sua cabeça. Não pense que eu quero compartilhar minha felicidade contigo naquelas manhãs chuvosas de domingo. E também não pense que eu quero a sua felicidade barata, proveniente de um amor genuinamente inexistente. Eu só queria reencontrar meu equilíbrio, e ele não está em você. Então deixe em paz meu coração, ele é um oceano indíco de expectativas. E a sua displicência São ondas sísmicas. Mudar de idéia não te santifica. Fingir que não aconteceu não te faz menos culpado. Mudar de calçada ao me ver, não te faz me querer menos. Portanto não me bagunça não, te deixo chegar, mas fica aí na porta, me deixe em paz com minha paz, enquanto eu sento e me arrependo de te querer infinitamente como um milhão de estrelinhas querem a escuridão para serem notadas. Mas andar em uma corda bamba é arriscado demais pra quem já caiu demais. E pra quem mora num abismo, sua superfície escassa, é pouco demais para mim.

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