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Sobre desatar

nós se desatam e atam o tempo todo pelos meus dedos finos, já não sei se estou desatando nós-dois-como-um ou apenas pontos enrolados em uma linha fraca e tênue entre a sanidade e a loucura ensurdecedora de gargantas rasgadas pelo prazer.
em algum lugar do espaço sideral, onde o tempo que passamos foi eterno e o calor dos nossos corpos juntos como um nesta união de sangue explodiu feito meteoritos, nós nos pertencemos sem ter de soltar para as estrelas outra coisa que não o som da sua voz rouca depois de uma madrugada preenchida com o suor de nossos corpos pelos lençóis, o som dos meus gemidos implorando por algo que passasse da vulgaridade simplória de combustão corporal. 
explodimos.
e de repente você se desfaz pelo que chamamos de céu.
e de repente eu me desfaço pelo que chamamos de sol.
para efeitos de fins colaterais dos espaços galácticos, o que sobrou de nós foram apenas os lençóis umedecidos por prazeres egoístas, e um número vago na minha agenda.

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