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Amor a distância

Era eu, minha mochila, e um sonho misturado com medo, sentada no chão do aeroporto comendo um pastel folhado e uma coca com gosto de xarope. Meu corpo inteiro tremia dos pés a cabeça, o inverno em SP, era cruel. Foram meses planejando, noites no Skype, e busca espiritual procurando entender o porque do amor ir tão longe, minha mãe tentou me fazer mudar de idéia, meu professor de geografia passou meses me mandando indiretas, de que fomos colocados em dois continentes diferentes, e de quebra tinha um oceano separando a gente. Porém é mais fácil se bronzear na Antártica, do que fazer um libriano desistir dos seus sonhos. Troquei minha vida social com as minhas amigas da cidade, pra passar minhas madrugadas, dando gargalhadas com ele no skype, e as vezes tentando impressionar ele com  meu jeito desajeitado de dançar.
Eu tinha encontrado alguém de alma leve, aquela pessoa que faz com que você se sinta você sem esforço, sem maquiagem, sem todo aquele equilibrio de parecer bacana, a garota torta vindo pelo certo, a perdida encontrada, há 8164km de distância, de mim. A distância entre nós só era percebida à noite, em casa, na cama, o sorriso dele à noite dizendo: "-Good night ma bab" só aguçava a minha insistência, eu era a única que podia sair do lugar pra diminuir o equívoco dos quilômetros. Não sei se eu me apaixonei pelo seu jeito cativante, ou pelos planos e pelas viagens que faríamos, ou por aquele papo barato de que eu era o amor da vida dele. Eu chorei meses escondida, quando eu perdia esperança, minhas amigas me desmotivavam, diziam pra eu encontrar algo mais fácil, mas movida por desafios, e teimosa por natureza, pedi demissão do meu emprego, era uma sexta feira, de umas semanas sem graça, eu estava na fila do consulado americano em SP, a moça me olhava, e fez várias perguntas, qual eu não podia dizer a resposta, no meu coração tinha um aperto, de ansiedade e medo tudo misturado, então ela ficou com o meu passaporte, eu quase chorei na frente dela, eu finalmente oa poder abraçar o meu amor, e ver ele de perto. Foi uma das viagens mais fantásticas que eu fiz na minha vida, uma pelo contexto, outra por ganhar pessoas maravilhosas ao longo do caminho, eu percebi que só é feliz quem se arrisca, que ouve a voz do coração e da brilho a alma. Cheguei no Usa pra conhecer um desconhecido, que na verdade 11 meses atrás, antes de conhece-lo pessoalmente, só me deixava certa, que de desconhecidos não tinhamos nada, talvez desencontrados seja a palavra mais adequada. Enquanto eu caminhava pelo aeroporto, milhões de coisas se passavam pela minha cabeça: E se ele não veio? E se ele desistiu? E se eu tiver aqui sozinha? Estava insegura, e quase chorando, e brigando com Deus, quando vi lá do outro lado, aquele cabelo escuro queimado pelo sol, a roupa branca como alguém que tunha acabado de sair do escritorio, e a calça jeans velha, eu vi ele chorar do outro lado, então coloquei as duas mãos no meu rosto, pra disfarçar o que tava evidente, meu coração bateu de forma tão acelerada que eu não achava possivel, então corri para ele, ele me abraçou apertado, como se não houvesse mais nada no mundo se não nós. Como se fôssemos duas peças perdidas de um mesmo quebra cabeças se encaixando, páginas perdidas de um livro, fazendo sentido, ele cheirava ao perfume que dei pra ele, quando completamos 10 meses. Quando nos soltamos do abraço o segurei pela mão, para nunca mais o perder de vista, ele contornou meus olhos com á ponta dos dedos, e disse, "Don't cry sweetheart, I will never let you go". Por acreditar nos meus sonhos e em mim mesma, finalmente acertei, o prêmio por ter arriscado, foi construir um amor que caminha comigo até hoje, porque amar é construir, planejar, criar as vigas, solidificar as estruturas todos os dias, a magia só funcionam para aqueles que acreditam.
Não desista dos seus sonhos só porque ele parece ser impossível, fé move montanhas, arrisque se, saia da sua zona de conforto, atreva-se.

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