É loirinho, me surpreendi quando olhei a data e percebi que jà faz um mês que a gente não se fala mais. Sabe é estranho lembrar de você como alguém que eu não falo mais, há um mês e uns quebrados atrás eu estava tão acostumada a falar com você, que quando não ouvia sua voz, sentia que falta um pedaço pro meu dia ficar completo, você era tão presente na minha vida, que eu nem sabia que existia vida depois de você.
Na semana seguinte em que você se afastou de mim, sem nem me deixar saber o porque, eu ainda olhava com ingenuidade pro telefone esperando que fosse você nas notificações de mensagens, nas chamadas não atendidas, no skype, te esperei fielmente, mas um dia eu parei de achar que era você nas mensagens recebidas, nas ligações, nunca era e eu dia eu entendia que não ia ser. Não superei a sua ausência, mas tive que aceitar e me adaptar por questões de sobrevivência. Desde que paramos de nos falar, ficou um vazio na minha agenda, no telefone, na minha cama, na minha vida, nada preenche, saio com meus amigos, e sinto que tá faltando algo, não tenho vontade de conversar com ninguém, não sei mais o que fazer das minhas noites durante a semana. Eu parei com aquele ritual besta, de ampliar sua foto, e me martirizar deduzindo com quem você está falando. Nem tenho seu número mais. Ficar olhando pra ele, e arriscar passar por cima da minha dignidade pra saber de você, é um crime. Eu lembro das minhas séries que eu deixava de lado, pra me encaixar no teu espaço curto. Retornei pra todas elas, e mal saio de casa nos finais de semana. Continuo dançando expansivamente como um liquidificador sozinha no meu espelho, porque apesar de estar triste, eu sou uma pessoa feliz. Tinha esquecido como é o som da sua risada, e o porque eu gostava tanto dela, mas ontem sem querer, eu abri um áudio seu que eu havia mandado pra uma amiga há um tempo atrás, e na legenda do áudio eu disse a ela que tu era a melhor coisa que já foi minha. Confesso que foi estranho ouvir você rindo pra mim daquela forma, você se tornou um inimigo tão próximo, que eu tinha esquecido que um dia fomos duas pessoas que se gostavam muito, eu tinha esquecido o som da sua risada e porque eu gostava tanto dela, mas ontem eu lembrei. Ainda me pergunto quando foi que me tornei tão desimportante pra você? Quando minha presença se tornou tão "tanto faz"? Eu lembro como você amava me ouvir cantar no telefone, e meu jeito destrambelhado de andar de salto alto, você achava engraçado. Esses dias sonhei com a sua irmã, e acordei com saudade do jeito maluco dela. Mas a verdade é que eu sinto sua falta, e não há um só dia que eu não cogite te ligar pra saber quando deixamos de nos encaixar. Me pergunto onde foi parar aquela pessoa que tu era há uns meses atrás, dizendo que a distância era só um detalhe, e que nada mudaria o que tu sentia por mim.
Você mentiu. Você jogou sujo. Você trapaceou.
Parou de me ligar quando você disse que iria. E de aparecer na hora combinada. Parou de dizer que só tinha olhos para mim, e passou a me enxergar como se eu fosse alguém que estaria ali para sempre, independente das suas idas e vindas.
Você se enganou.
Hoje eu saí com uma amiga, sentamos e rimos, eu jurei que não ia falar de você, mas eu falei. Não mal como das outras vezes que eu eu estava magoada e brava, falei da saudade doída e desesperançada que ficou no seu lugar.
A gente se falava todos os dias, mas não nos falamos mais, queria poder seguir em frente facilmente, como você seguiu. Mas eu continuo me arrependendo de ter sido tão corajosa, e ter apagado a nossa conversa, nossas promessas, nossos planos. E eu sinto falta de me martirizar com isso, essa é a verdade. Eu soube da sua viagem pro Texas, deu tudo certo, aliás quase tudo certo, porquê o plano era tu me levar com você. Doeu ver o seu plano que era nosso, se concretizando pelas metades, e você nem perceber isso. Doeu não ter ouvido de você.
Amor é quando esquecemos que o mundo tem 7 milhões de pessoas, por causa de uma, o mundo é cheio de opções sem você, mas todas elas me soam mornas demais. Eu continuo escrevendo mentalmente a nossa história que deu tão errada, imaginando o dia tu vai me ligar pra dar sentido à aquelas reticencias que eu continuo colocando e nem sei porquê. Às vezes olho nas horas iguais, e me engano achando que é você pensando em mim. Mas eu sei que essa foi uma forma que eu inventei, pra sentir que não acabou tudo. Que tu às vezes ainda tem saudade. Mas eu sei que não, você está aí vivendo a sua vida, enquanto eu transformei a minha em um cubículo, e me agarrei a zona de conforto, e esqueci que eu eu tenho o mundo inteiro pra ir, 6,999 bilhoes de pessoas pra conhecer. Sigo odiando o silêncio denunciando a sua ausência, esfregando na minha cara que tu não vai voltar, Eu odeio sentir você se fechando, e eu sem poder berrar para, pelo amor de Deus, você não ir, e me colocar no colo, me abraçar apertado, e me dizer que você me entende e sofre também, de saudade mas não quer admitir porque sabe que a distância é cruel. Eu penso isso, porque eu sou eu mesma, intensa. E ingênua como sempre, como o personagem que você me obrigou a ser, porque enquanto eu pensava tudo isso, você gritava aos quatro ventos, que não significou nada, querendo parecer muito forte, achando que ser frio é ser demais, para seu grupinho de idiotas como você, batendo no peito e gritando que você poderia simplesmente me colocar na opção "mute", como um controle remoto, que você modifica, quando e como bem entender. Eu hoje sai com outras pessoas, e deixei o Telefone em casa para ficar longe de qualquer possibilidades da sua existência. Me olhei no espelho bem profundamente e me perguntei se eu merecia ser refém de um amor tão unilateral, da sua indiferença filha da puta, chorei algumas vezes, umas de tristeza e raiva misturada, e outras de saudade e vontade correr atrás e dizer todos aqueles dialogos clichês que eu ensaiei na frente do espelho pro dia em que a gente voltasse a se falar, e fiquei sentada no chão do banheiro, precisava me ver ali pra perceber quão tóxico tu estava sendo para mim. Eu não te escrevo pra denunciar que a solidão me incomoda, porque me dou muito bem com ela. O que me entristece, é que tu foi embora, e nunca me explicou o porque. Não houve briga, desentendimento, confissões, você só foi embora como alguém que abre a porta e sai. Como se nunca tivesse significado nada. Eu tinha visto na sua solidão uma excelente amiga para a minha solidão. E pra sua estranhice uma parceira ótima pra minha estranhice. E pro seu jeito tímido um perfeito encaixe pro meu jeito espontâneo de ser. Achei que o fato dos nossos signos não terem nada a ver, poderiamos esfregar na cara da astrologia, quão errada ela podia ser. Mas a verdade é que tu é a parte mais filha-da-puta do zodíaco.
Se você não ligar mais, nunca mais, eu vou ficar triste, mas vou entender. Igual fiquei triste semana passada porque tu não ligou, e passou. Igual fiquei quando meu ex namorado terminou comigo. Igual eu vivo ficando triste e vive passando. Eu preferia ser sua amiga e fazer parte da sua vida, mesmo que distante, do que quebrar algum elo louco que tínhamos e te perder para sempre. Te perder como sempre. Tenho vontade de perguntar baixinho: você não gosta nem um pouquinho de mim? Nem sequer um tiquinho? Você deixou de gostar? Por que você deixou de gostar? Quando deixamos de nos encaixar? Porque eu ainda continuo apaixonada por quem eu gostaria que você fosse. Eu não sei gostar pouco, superficialmente, com conta-gotas. Gostar aos poucos, gostar pingando. Gostar pelas beiradas. Eu gosto dessa maneira desenfreada mesmo. E não tem o que pensar, eu vejo um precipício e me jogo, mesmo que você seja só uma piscina vazia e eu uma viciada em quebrar a cara, no sentido mais literal possível.
Eu sinto sua falta, mas saudade mesmo eu tenho é de mim. De quem eu era. E de como eu era feliz antes de você aparecer. Meus amigos me abraçam, e eu os faço rir, mas será que eles sabem que se eu estou morrendo de rir agora, mas daqui a pouco vou morrer de chorar? Porque eu morro de saudade do nosso amor. Porque era amor sim, grita pra todos os quatro cantos que não era amor, porque eu vou desmentir, e dizer como era lindo o nosso amor, e de como eu era mais feliz. E eu que me afasto de todos os amores baratos, curtos e não amores, que eu inventei só para sentir que eu tenho o que escrever, aqui estou sentindo saudades tuas. De luto pelo nosso final bruto, seco e silencioso, eu aqui meio querendo chorar, meio querendo mentir sobre a vida até acreditar que eu to bem.
Eu sinto falta de querer sair pras festas, só pra conhecer gente estranha, e te contar depois e ver você se morder de ciúmes dizendo que não sou nada engraçada quando imito a forma deles falarem. Agora, eu fico pelos cantos das festas olhando vendo as pessoas ao meu redor, e lembrando da última vez que rimos até a barriga doer assistindo aquele filme: Quero matar o meu chefe. Hoje vou para as festas e acho todo mundo besta, feio e desinteressante, e torço pra ninguém vir falar comigo e pra alguma amiga preferir ir embora, pra eu ir junto. Vou pra balada danço, rio, bebo, e no final da noite amplio sua foto, e engulo a seco, e recuso admitir como minha vida está vazia sem você. Porque eu acho que estava gostando mais das pessoas só porque te via em tudo. Agora as pessoas voltaram a me irritar. Parei de fazer questão de sair com alguém, e você mora aí no fim do mundo, e eu não posso desfilar com alguém na sua frente, e nem postar foto com alguém pra você saber que eu segui em frente, porque nos tornamos tão estranhos, que não nos temos mais nem nas redes sociais. E eu voltei a assistir minhas séries, e lamento que tu não esteja aqui pra eu dividir contigo minhas partes favoritas.
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