Mais um final pra minha lista

Sentados na varanda observando o tráfego lento, e  a luz da cidade iluminar aquela noite, ao som de Neck Deep, ele sussurrava "Part of me" uma das minhas preferidas, esperamos silenciosamente um inerromper o silencio do outro. Mas o que ele não sabia, é que poderia ficar lá para sempre, pois ao meu lado tinha o par de olhos azuis que qualquer céu invejava. 
Mudou o cenário e o personagem, porém eu continuava ali. Lá estava eu em silêncio, torcendo pra que aquelas música que dizia assim: Eu espero que você consiga seu salão de festa, com sua casa perfeita com portas de rosa e vermelho

Torci silenciosamente para passarmos por essa ponte que estava se quebrando. Torci pra aquela muralha que estava entre nós, se quebrasse.
O que eu não sabia, é que não havia ponte, muralha, final feliz, pedido de permancencia, desculpa de última hora. Não havia nada lá além do silêncio ensurdecedor, e um coração partido. sim um. Alguém que não sabia pra onde ir, mas que continuava ali. Alguém que procurava amor na música que ele cantava desfinado, alguém que ainda tinha esperança, alguém que tentou de todas as formas segurar as pontas. Procurei por uma saída por toda a noite até me dar conta que não sabia como respirar, e novamente me vi tendo ue seguir em frente quando tudo o que eu queria era sentar na minha cama, e lamentar porque tudo estava indo por agua abaixo novamente. -Quando o vi ali, do meu lado, mesmo assim, tão distante de mim, quis chorar. Mas logo me cobri com o casaco dele, com o que restou de nós e corri como se cada passo que eu desse me levasse pra mais longe dele. Como se depois de tê-lo abraçado no meio de dezembro, e dito sim, quando ele perguntou, se eu era dele, e ainda acrescentou para sempre e sempre, minhas pernas não funcionariam mais e eu estaria sempre presa na idéia que se desse um passo a mais nos afastariamos para sempre.

Então me segurei em silêncio por tanto tempo que quando sabia o que dizer, eu não soube como falar. 

Lembrei de todos os ensaios na frente do espelho, para fingir que não sou tão frágil, ainda sentia borboletas no estômago quando estava perto dele, e ficava fraca das pernas todas as vezes que nos despediamos, e não tinhamos nenhuma noção do futuro, eu sabia que ele não era mais meu há muito tempo, talvez ele nunca tivesse sido. Olhei para trás e me deparei com vum garoto perdido entre o medo de amar e o medo de confessar. Volto pra dentro de mim e no instante noto seus olhos em direção ao meus, com os lábios frios e uma pergunta em sua testa. O beijei. Como se depois daquele beijo o mundo fosse acabar e nenhum de nós fossemos sobreviver para olharmos nos olhos um do outro e desejar o infinito juntos. Quem me dera lembrar como respirar quando ele tava perto.

Dois meses se passaram, e eu ainda desejava estar em Orlando, a banheira parecia um oceano e eu uma borboleta perdida. Não éramos ninguém naquele cenário de loucos apaixonados e mesmo assim fizemos nossa história ser escrita como se entre nós já houvesse amor. Eu tive meu amor épico, mas pra gente ainda não tenho um título apropriado, porque ele foi mais. Atrevo-me a dizer que ele foi o primeiro sinal de vida em mim, em anos. Choro junto com o céu ao perceber que tudo lindo que aconteceu só é visto com os meus olhos, choro quando lembro que tudo acabou tão de repente.