talvez você não saiba até hoje, ou finja não saber, que existem marcas do teto que desabou depois da tempestade planetária que você causou no meu telhado. E que essas mesmas marcas cravadas sob minha pele, me faz acordar todos os dias, e me arrepender de ter tentando procurar a memória do seu corpo inerte, em outro alguém, como uma faísca flamejando em meio ao oceano Atlântico eu sobrevivi. Obrigar minha mente esquecer o que nunca deveria ter acontecido isso é morrer e habitar no inferno por mil anos. Culpar a mim por ter encontrado abrigo na embriaguez, e fingido te esquecer na cama de outro alguém, é miserável. Sentir repulsa desse outro alguém é miserável. Dentro, fora, nas bordas do cérebro, me arrependo. Mesmo sabendo que para você, isso seria apenas um número. Você sempre esteve nas baladas à noites de sexta, se perdendo nos copos de martini e achando no abraço de outros amores. E eu me sufocando na idéia de devolver para mim a vida antes de de você, trazendo à tona pensamentos gritantes como o fim do poço ainda é pouco, ou eu sei, isso vai me consumir.
escrever na capa e na contra-capa, ou no papel manchado que eu te amei, que eu te amei, que eu te amei, não altera merda nenhuma, porque eu gostaria que você tivesse tido conhecimento disso, antes de sair rasgando meu pseudo coração, antes de ser tarde demais, e eu me afogue na idéia de perder no vazio.
é tarde demais para arrependimentos, e foi em algum dos milésimos de segundos em que se já é tarde demais pra berrar que eu desisti de me arrepender, e sobrou só intolerância a pessoas vazias.
você se transformou numa desculpa esfarrapada para a culpa daquele velho sentimento parasita que habita nas bordas do meu cérebro, não ser toda minha, e eu fui o corpo rastejante.
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