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Mais uma nota salva no rascunho

A última vez que eu estive aqui esse lugar tinha o seu cheiro, essas flores não estavam aqui, você ainda usava uma pulseira do Nirvana. Dois anos se passaram tão rápido, até as paredes envelheceram, o seu perfume esvaiu, e a esperança que esse lugar me trazia desvaneceu.
Ontem me arrisquei e pulei uma das barreiras que nos afastam, e quase perguntei como você está.
Mas ai lembrei que não posso. Lembrei que na nossa última conversa você colocou ponto final na sua ultima frase.
Eu optei pelo silêncio, optei pela solidão de nós dois.
Eu sempre quero ser a gente. Ou não ser nada. Então sou só eu. E a luz do meu notebook iluminando a bagunça que eu sou.
Como é que se vive em paz assim? o tempo passa e o que eu quero é fugir da cidade, das pessoas, dos conhecidos, dos meus pseudos-amigos.

Meus amigos conhecem pessoas. E saem no sábado à noite. Eles enchem uma casa de gente e colocam um funk no último volume e gostam de vodca destilada. Chegam as 6am da balada, fumam maconha, drogas, e tudo o que é injetável.
Eu encho duas estantes de livros e um pote de suco de laranja e termino um fim de sexta perguntando o que há de errado comigo. Porquê eu não consigo gostar das pessoas? Eu não consigo me envolver como alguém normal? Ou se quer já experimentei alguma droga que não chocolate. Eu odeio chocolate. Ai eu percebi que eu sou geração saúde, escolhi me afastar de tudo o que faz mal, inclusive você.

O primeiro dia que eu inalei a vida, você estava lá, quando eu dei os primeiros passos, você também estava, A primeira palavra do meu vocabulário foi "Vovó", afastou os meus medos, e me buscava na escola. Fazia minhas vontades pra não ver o meu bico quando íamos no supermercado, até hoje segura a minha mão para atravessar a rua. Ah vó, se eu pudesse te entregar a minha vida, eu entregaria. Se eu pudesse te dar a minha juventude, eu daria só para passar mais tempo com você. Se hoje me tornei uma mulher, porque me espelho na senhora, na sua doçura, na sua compaixão, no seu amor. Até hoje a minha historia preferida é a da sua infância. Minha companheira nas novelas, nas séries, e no futebol. Te amo tanto que meu coração é pequeno para suportar tanto amor, só queria que a senhora fosse imortal, e mais forte do que aparenta ser, queria ter metade da sua ignorância, metade da sua lábia, metade da sua inteligência. Você suporta minhas crises existenciais, e a minha monotonia nossa de cada dia. Sinto vontade de descansar em seu colo, e sinto saudade de ser aquela criança que chorava no seu colo. A sua palavra cura, o seu abraço conforta, eu sei que você é o ser mais sábio que existe, e quem tem a resposta para tudo. Também tenho esse discurso tolo de utópica certeza.
Hoje senti essa necessidade de colocar isso em palavras, nós passamos tanto tempo com a familia, e as vezes esquecemos que um dia podemos nos arrepender de nunca ter dito algumas coisas. Sou aflita, impaciente o meu maior medo é te perder. Você é minha chave de pontas duplas. Você me acalma. Me trás segurança. Me trás paz. Hoje não tenho mais a inocência de criança, mas o meu amor é o mesmo, e eu te amo daqui até a lua.

As flores mortas

Perdoa minha displicência e a mania de esquecer as coisas. Não tenho coragem de ceder o famoso correr atrás e termino uma noite de terça vomitando essas palavras. Quis fazer pedidos absurdos, daqueles que fazemos quando assopramos a vela do bolo de aniversário, mas eu só queria o seu abraço para me esconder do mundo, ontem jurava ter te visto na vila do mercado, mas era apenas a minha paranoia me fazendo ver você em um rosto abstrato. Tenho medos incuráveis e uma dor de cabeça crônica que me visita todas as vezes que tomo banho frio. Ontem eu senti saudade suas, já não penso no sentir como antes, era uma saudade boa, só uma vontade de te ver por aí, mas essa mesma saudade se dissolveu em algum lugar inóspito, mas ela ainda brota na minha música favorita vez ou outra, e novamente se dissipa e vira fumaça. As crianças tropeçam e ralam os joelhos, então choram como se fosse uma solução fácil para aliviar toda dor. E as vezes é assim que eu me sinto, uma criança. E choro como alguém que perdeu o seu brinquedo favorito e insubstituível.  Você provavelmente não é o meu brinquedo quebrado, mas é o meu favorito. Mas, veja bem, eu não estou dizendo que você é um objeto. Mas eu lembro como eu amo as minhas coisas, e transbordo por qualquer excesso de bobagem. Me perdi em devaneios tantas vezes que até hoje não sei responder como encontrei o caminho de volta, e por mais triste e desolador que isso seja, não subestime uma mente libriana, que planeja todos os dia te consertar novamente para mim. Estou escrevendo esse texto mas não quero que você entenda, você sabe porque decifra as palavras e eu nego. Você é inteligente e perceptivo, e sabe o que eu quero dizer mesmo quando eu escrevo uma receita do bolo de cenoura. Finjo que tudo isso é um equívoco teu, porque abismos não me são permitidos, e não se desvenda o que é abstrato por natureza, você é perigoso para meu coração e para a minha saúde mental, então eu me calo. Não deveria lhe dizer um terço das palavras que saem da minha boca, que eu vomito, que eu escrevo. A sua hipnose me tira confissões absurdas confissões que eu não confesso nem para mim, nem para Deus nas orações. Eu queria te ligar, o meu coração deixou, o meu orgulho está respirando através de aparelhos, mas eu não sei se existe espaço dentro de mim para mais tropeços, eu não sei se o meu crânio suporta outra queda de cara no chão... Existe aquele momento entre tantos momentos e nos vemos entre abismos de perdição e abismo liberdade, não há retorno, porquê eu gosto do que é extremo, gosto demais para fugir. Você foi o abismo que escolhi me atirar de para-quedas, mas não me atirei. Porquê dói demais recolher os meus pedaços, e colar cada pedacinho pra depois eu pular de novo. Hoje sonhei que você olhava para as flores murchas do vaso da sua janela e lembrava para eu jamais as deixar morrer. acordei desesperada porque, finalmente, 
eu deixei.

Como as pessoas se chamam de amor?

quando eu fizer 30 anos vai fazer 11 anos que nos conhecemos, talvez até lá a gente tenha aprendido a se chamar de amor,
como se chama pelo nome, porque o seu me dói
como as pessoas se chamam de amor?
e quando eu te chamar de amor, não deixar eu me sentir uma boba, por achar que você é amor,
e não adianta esconder atrás da sua armadura ou atrás de três exércitos protegendo a sua cara
você volta?
mesmo que eu reze, não tem prece que impeça você se esvair de mim
talvez daqui há 11 anos a gente se impeça de se despedir,
talvez a gente tenha um cachorro,
e na mesinha vai ter um cinzeiro
e o nosso pavor
de se chamar de amor

Éramos um do outro

Éramos um do outro quando o silêncio entre nossos olhares falavam mais do que nós. Éramos um do outro quando minha cabeça se encaixava no teu ombro. Éramos um do outro quando tua presença me fazia esquecer os dias ruins. Éramos um do outro quando nossas risadas acordavam os vizinhos e alguém me invejava por te ter tão meu. Quando teu cheiro colava no meu moletom, quando teu braço me protegia e o resto do mundo só era o resto. Éramos um do outro quando o céu nublado se faz bonito quando você estava por perto. Éramos um do outro quando as constelações não pareciam só pontos cegos na escuridão, e sim nossos nomes escritos no céu. Éramos um do outro quando todos percebiam como nós nos olhávamos, quando tua mão na minha cintura me servia como armadura, quando o cheiro do teu cabelo era do mesmo cheiro que o meu. éramos um do outro quando um cílio caia e não precisavamos fazer um pedido porque já tinhamos tudo.

Fomos mais um do outro do que Bonnie e Clyde foram. Somos mais que as lágrimas de saudade, somos o que passou de um mal entendido, somos um acidente bonito. Somos uma história de amor que deu certo, mas a vida tinha um plano e separou a gente. E carrego comigo a possibilidade de te amar por vinte vidas e ainda não ser suficiente.

   Amar não basta, ficamos então com a possibilidade de se ver por aí. Somos a chance de sermos um do outro mas não somos.

Sem título

Senti um surto desconhecido de entusiasmo ao vê-lo mesmo que, do outro lado da calçada. Percebi que estava contente em vê-lo. Contente não, muito contente. Queria sorri, sorri muito, o sorriso que eu queria expressar naquele momento, não caberia no meu rosto. Não caberia nessas palavras. Me ver feliz assim, me surpreendeu, por quê venho mascarando isso há meses, transformei ele em vida que segue. Mas então eu apenas sorri e ele sorriu de volta e algo se encaixou naquele silêncio, e nós que nos transformamos em água e azeite, naquele momento nos encaixamos como duas peças correspondentes de um quebra cabeça. Tinha me esquecido do quanto gostava dele. Tinha esquecido da paz que ele me trazia, tinha me esquecido porquê eu o amei, mas naquele momento eu soube.

Houve amor

Você vai volta, muda de ideia, desiste de ficar, arruma sua mala e vai
Quando foi que nos perdemos oelo caminho?

Depois de tanto tempo, você ainda usa o mesmo corte de cabelo,
Quanto tempo se passou nesse passar de tempo?
As fotos mostram que ainda somos os mesmos
Mas eu continuo sendo a mesma que
entre tantos meios
e fins
e recomeços
e fins de recomeços
e começos
e fins
entre tantos,
eu só escrevi pra você

Seguindo a vida como uma porta giratória
que sempre para em você, não importa quantas vezes eu gire, pros dois lados, sempre para em você.

"você não me disse adeus."
“Eu nunca fui embora.”

Em quantas partidas você não foi embora?
em quantas falhas acertamos?
em quantas despedidas, era um até depois?

pára pra observar o que passou
não corre
não finja que não me conhece na fila do pão
não se desfaz do que não somos mais

Saudade
Vontade
Vaidade

De tudo que não ficou porque estamos no meio na história em que os personagens perdem a memória,
E esquecem que até na página 20, havia amor.

Faz da nossa saudade, uma lembrança
faz das noites frias, quentes
dos sonhos, realidade

voltando pra quem nunca foi;
você

diga a eles
que correm do amor,
que você me conheceu...

E que era amor, porque era, não era?

Me arrependo

talvez você não saiba até hoje, ou finja não saber, que existem marcas do teto que desabou depois da tempestade planetária que você causou no meu telhado. E que essas mesmas marcas cravadas sob minha pele, me faz acordar todos os dias, e me arrepender de ter tentando procurar a memória do seu corpo inerte, em outro alguém, como uma faísca flamejando em meio ao oceano Atlântico eu sobrevivi. Obrigar minha mente esquecer o que nunca deveria ter acontecido isso é morrer e habitar no inferno por mil anos. Culpar a mim por ter encontrado abrigo na embriaguez, e fingido te esquecer na cama de outro alguém, é miserável. Sentir repulsa desse outro alguém é miserável. Dentro, fora, nas bordas do cérebro, me arrependo. Mesmo sabendo que para você, isso seria apenas um número. Você sempre esteve nas baladas à noites de sexta, se perdendo nos copos de martini e achando no abraço de outros amores. E eu me sufocando na idéia de devolver para mim  a vida antes de de você, trazendo à tona pensamentos gritantes como o fim do poço ainda é pouco, ou eu sei, isso vai me consumir.

escrever na capa e na contra-capa, ou no papel manchado que eu te amei, que eu te amei, que eu te amei, não altera merda nenhuma, porque eu gostaria que você tivesse tido conhecimento disso, antes de sair rasgando meu pseudo coração, antes de ser tarde demais, e eu me afogue na idéia de perder no vazio.

é tarde demais para arrependimentos, e foi em algum dos milésimos de segundos em que se já é tarde demais pra berrar que eu desisti de me arrepender, e sobrou só intolerância a pessoas vazias.

você se transformou numa desculpa esfarrapada para a culpa daquele velho sentimento parasita que habita nas bordas do meu cérebro, não ser toda minha, e eu fui o corpo rastejante.

Você serve em mim

Você serve em mim, assim como a minha jaqueta favorita que foi feita sob encomenda. Você cabe no meu espaço pequeno e bagunçado, assim como eu caibo na sua camisa favorita. Você pertece a mim assim como os as estrelas pertences as estações cósmicas. Você coube em um coração que sempre se recusou aceitar alguém. Você coube na minha música favorita, e fez cada letra ser como uma peça para o nosso quebra cabeça. Você se arrastou para dentro da minha vida da mesma forma que eu me apaixonei: lentamente, subitamente, de repente. Você não é Alasca, nem Capitu, nem Margo. Nem o Nate Nash. Assim como não somos Bonnie e Clyde. Você é você, estranho e fã de umas bandinhas de Punk. Você não é como o Vampiro da série, destemido. E que aparecerá na minha janela numa noite qualquer pra dizer que me ama. Mas é a sua imperfeição que te faz perfeito para mim. Queria te contar como me senti feliz quando você me ligou ontem a noite, e como me senti uma criança pequena quando você mandou eu me cuidar por eu ser um "ímã para o perigo". Queria te falar que eu adorei o teu cabelo, que eu sinto falta das suas mãos. Do teu cheiro, do teu abraço, e de todas essas coisas pequenas.

De todos os meus personagens favoritos de cada livro que leio, de todas as séries que assisto, que tira o meu riso despreocupado, exagerado. Você é o meu favorito. 

O  amor era recíproco, e o egoísmo também.

Há dias que não consigo te escrever. Minha inspiração atrofiou, suas saudades está em decomposição dentro de uma caixa em baixo da cama. Assim como tuas asas que antes me serviam de proteção, e hoje te levou pra longe. Tenho te encontrado em muitos lugares vazios. No me caderno de inglês, no meu sono da tarde, no café que não tomo, nos meus livros de alemão e nas músicas que há dois meses não escuto, no banco da praça, na fila do cinema. Te encontro também na melodias do Jason Walker, e em segredo desejo ser para ti como Alaska foi para o Miles. Você me teve, durante muito tempo, como um decalque no seu caderno e como um troféu empoeirado na sua estante, e se tornou responsável por mim como um pai desavisado é responsável por soltar a mão do seu filho ao atravessar o trânsito. Eu te amei para sempre, mas a eternidade se torna tempo demais para opostos que se atraem e se afastam ao mesmo tempo. Para opostos que não estão destinados a se atrair como imãs de polos distintos. Você me completava, me transbordava, me transbordava tanto que inundou a minha sala, me transbordou mas você cortou a linha que nos ligava. O  amor era recíproco, e o egoísmo também. Queríamos tanto ficar juntos de todas as formas possíveis, mas a gravidade entre nós é invertida, e por mais que torçamos silenciosamente para nos esbarrar por aí,  acabamos correndo em direções opostas. Tentamos voltar àquelas vezes, percebemos que a linha que nos ligava se rompeu. Você abriu as algemas que me prendia a você e decidiu me libertar e, depois daqueles dias, nunca mais conseguiu me prender.

Tragédia seria se ficássemos juntos

Há muito tempo, que não te escrevo. Tenho procurado por essa sua essência de criança em cada pessoa que passa por mim, e te encontrado em cada pedaço de frase de efeito no meu seriado preferido. Venho tentando me libertar através de crônicas como essas, eu nunca quis tanto não ter o dom da escrita. Sofro dessa doença terminal, que me faz ver beleza nas coisas mórbidas, transformo seus olhos em poesia e ainda assim, arranjo uma maneira de te amar depois de tudo. Eu te adorava porque até sua seriedade era regada à poesia. Você inteiro era uma pilha de tudo o que é belo. 
Seu espírito é o de alguém que ouve Red Hot Chili Peppers em uma tarde de domingo e escreve seus próprios poemas mudos. Sua aura é de alguém que toma café porque não aguenta a doçura do chá e e defende a inocência porquê é estravo a ingenuidade atrás dos meus olhos. Minha vontade é a de abraçar o mundo e você junto, e te xingar de todos os nomes por ser da parte mais filha da puta do zodíaco. É ainda que me doa deixar meus seriados de lado, meu hobbie preferido é escrever pra você e sobre você. E falar de você, e achar você nos refrões de engenheiros do hawaii, e ainda assim sobrar espaço pra dormir e sonhar com você. Gosto de narrar, assim mesmo, cada pedaço seu. Cada linha, cada traço, cada resquício da sua alma taurina que não tem nada compatível coma meu librianismo exceto a Lua em Vênus. Você não tem noção do poder que tem, é por isso que destrói tudo o que toca. Você se acha pequeno demais no mundo, mas é grande, e desastrado, tão desastrado que me teve nas suas mãos, e me deixou quebrar, como um vidro frágil. E tem medo dr se cortar, e eu tenho passado meus dias, tentando colar os pedacinhos. E é por você ser tão desastrado que eu me apeguei a você e a tudo o que te envolve. Por você ser tão bonito. 
Eu só queria que você me deixasse te alcançar. Acho que gosto mais da inspiração que você me trás, que me faz querer escrever, relembrar, e embelezar nossa pseudo história, do que gosto de você. Deixa eu ficar por perto e absorver essa coisa de escritor que eu não tenho. Deixa eu escutar teus discos de Rock e te fazer um café enquanto você me fala que o Axl Rose não é nada comparado ao Anthony Kiedis, e que a minha devoção sagrada pelo Cobain é vã. Aparece aqui na minha porta, pra me explicar porquê seus relacionamentos não dão certo, eu vou te abraçar, e te - diferente de qualquer clichê -  vou te abraçar e lamentar qualquer coisa sobre eu não ser a pessoa certa. Me deixa passar o dia com você, eu prometo estabelecer uma regra, e assino todos os juramentos certificando que não vou ultrapassar nenhum limite, eu juro de dedinho, nem uma olhadinha, nenhuma cara de boba, e eu juro que chego sábado à tarde e vou embora domingo de manhã. Porquê nossa história já foi escrita o fim, e tragédia seria se nós ficassemos juntos no final.

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