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Não é mais sobre você

De novo. Hoje eu tive uma recaída e abri as suas redes sociais, e as nossas conversas, me questionando onde foi que eu errei. Abri as notas do meu celular e me deparei com um milhão de coisas clichês que eu escrevi sobre você, sabe o que é ruim? É que eu te enxerguei, melhor do que você realmente é, mas é isso que eu faço de melhor, pois minha miopia me fez além de cega também burra, por acreditar que todo mundo tem um lado bom. Eu preciso te confessar que eu achei que você fosse diferente, mas eu não vou te culpar por ir embora, eu já deveria ter me acostumado com esse ciclo, mas posso ser honesta? Eu queria muito que fosse diferente dessa vez, que você fosse diferente, o que mais me entristece é o seu silêncio, você tá indo embora sem fazer barulho, como um covarde. Como um ladrão no meio da noite, só que o que você roubou, vai além de qualquer valor material, você levou a minha esperança nas pessoas. Às vezes eu tenho uma esperança boba de que a qualquer momento você vai me ligar pra me contar, pra me explicar, ou vir com alguma desculpa esfarrapada pra me fazer gostar de você, de novo. Mas eu sei que você não vai, você tem 22 anos, é sua obrigação ser imaturo. Eu até te escrevi quando você me visualizou e não respondeu, e de novo, mas eu sei que se você quisesse, teria falado comigo na primeira tentativa, se você gostasse nem que fosse um pouquinho, não cogitaria me perder. Eu não lembro o exato momento que eu entendi que não precisa-se implorar amor. Mas eu entendi.
Eu demorei a entender que quem te quer perto encontra um jeito, eu achava que me esticar para caber em alguém era uma atitude bonita, mas depois de um tempo, eu entendi que quando há amor de verdade, você não tem que se encolher pra caber no espaço de alguém. E não era amor. Meu último relacionamento me mostrou que não precisa ter sacrifício, não precisa ser dificultoso, não tem que doer, tem que ser leve, o que pode me doer, a essa altura da vida, é o meu dente siso que tá crescendo, ou talvez o dedo quando eu tropeçar na mesa. Quando o meu primeiro amor quebrou o meu coração, eu fiquei chorando, sem entender o porquê, queria entender porque ele tinha deixado de gostar de mim, e quando eu não entendi, eu passei metade da minha vida odiando ele. Quando conheci o segundo amor da minha vida entendi que tudo acaba, mas isso me ensinou a ser um humano melhor para mim mesmo e para outras pessoas, nós terminamos de forma saudável, sem ódio, sem briga.
Pode doer quando você sente muita saudade, mas o amor não dói, não te faz ter paranoias, e nem crise de ansiedade, e olha, demorou bastante, até eu compreender que toda a minha entrega demasiada a outra pessoa, que causa em mim autossabotamento, e eu não vou me sabotar, não por você. Hoje eu sonhei com você, sonhei que você tinha mandado mensagem pedindo pra eu parar de drama, que você só estava ocupado. Acordei na esperança de que fosse você nas notificações, mas não era. Lamentei silenciosamente, por não ser, mas sei que você vai parar de fazer falta, a dorzinha que ficou só serve pra me lembrar que meu coração pode curar. Ainda penso em você é me pergunto como deve estar a sua vida. Eu acreditava há um tempo atrás que estava fazendo o correto ao correr atrás, ao supor que era mesmo falta de tempo, nossa mente tem essa mania de nós auto-sabotar, eu não conseguia enxergar que não existe possibilidade de amor em territórios quebradiços, quando deseja-se preencher o outro faltando em si mesmo.

E eu faltava em mim.

Eu estava tirando os meus pedaços pra preencher o seu. 

Não é saudade

Não é sua falta que eu sinto. Eu não sei bem o que é, talvez ódio, magoa, tristeza.
Talvez eu sinta um pouco de culpa, de falta. Aí que está, falta não sei do que. Você nunca foi um personagem bonitinho pra compor o meu conto de fadas, não é engraçado, e tampouco especial. Mas eu vejo você melhor, sei que se você me ligasse agora eu te confessaria todas as coisas que eu venho com medo de admitir até para mim mesma. Mas você não vem. Porque não sou eu a personagem que compõe o seu conto de fadas. Porque você tem um, não tem? Você não pode ser essa pedra aí, não é possível, astrologia não pode ser tão certa, você não é esse filho da puta, é? Qual o seu problema? Sabe rapaz, tava tudo bem antes de você aparecer, e pular as minhas defesas, e agora? Essa é a parte que você vai embora e eu tenho que superar? E depois é como se você estivesse morto? Você é um soldado destemido pronto pra guerra, e de todas as armas que você luta, seu seu silêncio é o que mais me machuca. Queria deixar de pensar em você, queria seguir minha vida sem lembrar de você, eu vou deixar de me importar um dia. Você pensa que eu não sei? Eu sei que você está bem sem mim, rindo, fazendo as suas coisas, e nunca foi eu a sua prioridade. Nem quem faz você sorri quando aparece nas notificações. Eu sei que tenho soluçado risos por aí. Sempre diante dos seus olhos. Tudo para você ver o quanto eu me divirto, o quanto sou legal, o quanto as pessoas gostam de mim. Para você lembrar de como eu sou feliz sem você. E eu grito um pouco rindo, eu sei disso também. Que é para você lembrar de que eu não preciso da sua companhia pra sorrir, mas a verdade é que isso tudo é uma mentira, eu finjo não te olhar, porque quero que você pense que eu não me importo mais, mas a verdade é que eu nunca deixei de me importar. 

Eu sei, a paixão é ridícula. Sei que não sou metade do que você queria que eu fosse. Mas eu sou tudo o que eu queria ser. Pois é, eu sou uma menina. Surpreso? Sério?Você está surpreso mesmo? Achou que era uma mulher com joguinhos te instigando para fugir da lógica? Isso é coisa de criança. E isso é exatamente o que você faz. 
Eu não tenho problema nenhum em admitir que sou infantil às vezes, mas minha infantilidade nem se compara a sua. 
Eu não tenho vontade nenhuma em separar o certo do errado, e nem ligo se alguém me empurrar no carrinho de compras. E você? Você não tem vontade alguma de sorrir de volta pra vida. Você age como uma criança mas sua alma é de um senhor de 89 anos. Você é como um café expresso sem açúcar. O problema é que eu odeio café, e te odeio, tanto que eu esqueço que você é chato, amargo, e sem açúcar, não queima e nem congela, como água morna. E eu acabo gostando de você, não porque você é bonito, charmoso, e engraçado, é porque eu não aceito perder. Vênus em escorpião me fez otaria. E eu também não tenho inspiração pra escrever sobre você. 
Um dia você vai ser a minha cicatriz sanada. Aliás, nem cicatriz sanada, talvez você seja o pé da cama, onde eu tropecei e bati o dedo do pé. Mas não vai demorar muito pra passar. Você não é o homem pra quem eu dedico esse texto. Você é o menino pra qual eu dedico esse texto. 
Você pensa que eu não sei que você sabe que eu estou mentindo? Eu sei.

Quer um pouco de verdade? Leia o começo deste texto, não é sobre você que eu escrevo não. Talvez o meio seja sobre você. Essa é a verdade, mas você me ensinou que ela não é necessária.
Eu sei bem. E sei que você mente também. 

Por mais que você não me ligue no meio da noite, não abra a porta do carro, não jogue a porra do controle remoto para longe enquanto tira do meu canal favorito, não fale no meu ouvido o quanto você está com saudade. Por mais que você não seja esse homem, é de você que eu sinto saudade. E quando você dorme quietinho, sonhando com você na Rússia com alguma russa aleatória da sobrancelhas horrível, eu sei que, apesar de eu não abalar sua vida em nada, você precisa de mim. 
Que pena, agora você tá morrendo. Mas eu continuo vendo você respirar, quietinho, ao meu lado.

A verdade é que eu ainda acredito em reencarnação. E eu te olhei tantas vezes implorando; Não morre, por favor. Seja ele,  seja o homem que perde um segundo de ar quando me vê. O homem pra quem eu quero cantar todos os refrões da anavitoria, que eu vejo nos clipes da Taylor. Mas você nunca mais me olhou como você olhava, você nunca mais se emocionou, nem a mim. Você nunca mais pegou na minha mão e me fez sentir segura. Nunca mais falou que não parava de pensar em mim. Nunca mais foi o mesmo.
Eu sabia que um dia você iria embora e eu teria que me acostumar a viver sem você, eu treinei porque você sempre achou um absurdo o tanto que eu gostava de você. Você nunca percebeu o quanto eu fingia estar feliz sem você. E de tanto fingir eu me acostumei.

Sabe nossa diferença? Bem eu sou bem humorada, alto astral, de bem com a vida, mas eu também cometo erros mesquinhos. 
Para cada fundo do poço, milhares de motivos para eu ir embora boiando, bóias de coração para eu me agarrar.
E eu nunca me agarro em mim, sempre espero alguém chegar.
E depois eu me arrependo por ter ido tão longe. 

Cansei de morrer na vida das pessoas. Por isso matei você.
Antes que eu morresse de amor, de ódio, de saudade. Matei você.

Desculpa, eu tinha prometido nunca mais escrever tão subjetivamente.
Tenho saudades, viu?
Mas eu quero que você 

Se foda.

Ele não está tão afim de você

Talvez ele volte semana que vem, ou talvez na outra, com alguma desculpa, só para fazer tu se contradizer, e deixa-lo voltar para ele sentir que a tem de novo, e a levar como “garantida” e novamente partir, e deixa-la em pedaços. Ou talvez ele não volte, e novas pessoas surgirão, e ele será esquecido como um filme ruim, e será como se ele tivesse morto e você amnésia. Novos sorrisos a farão questionar, por que tu achavas o dele, o mais especial. Novos olhos a farão questionar, porque se deixou hipnotizar com os deles. Eu sei que se ele parecesse na sua porta agora com umas flores murchas e molhado na chuva, você bateria a porta na cara dele, e abriria em seguida, e o entregaria uma toalha, um café quente e o seu coração, em uma bandeja, e talvez deixaria ele ficar hoje ou  tempo que ele quisesse. Você sempre foi menos fria do que aparenta, e mais intensa do que gostaria de ser.  Mas ele não vem. Não hoje. Não amanhã. Talvez ele não venha, Sabe, se ele quisesse te ver, ele daria um jeito, se ele quisesse falar com você, mandaria uma mensagem telepatica, um sinal de fumaça, mas ele não quer. Ele não vai aparecer na sua porta molhado pela chuva com um buquê de flores murchas pra te pedir desculpas, ele não vai falar com você, e nem se arrepender, de nada do que fez. Não vai perceber que está te perdendo aos poucos. Ou que já te perdeu. Não vai pedir pra que tudo seja como era antes, ele tá feliz assim. Ele não vai dizer pros amigos que sente sua falta, nem ampliar as suas fotos e ver como você tá linda, ele não vai. Ele não vai lembrar de você quando ouvir aquelas músicas, e nem vai reler as suas mensagens antigas, e perceber como ele foi covarde. Ele não vai ficar se perguntando sobre aqueles planos, e nem se questionar o motivo de ter dado errado. Ele não vai sentir ciúmes quando ver uma foto sua com alguém, e nem vai passar horas no seu perfil só pra saber como você está, ou se você seguiu em frente, ele não vai compartilhar uma música que faça lembrar você, como você faz, e nem retuitar coisas tristes, ele não vai chorar, muito menos sofrer, e nem morrer de saudades, não vai dar justificativas do porque ele ter ido embora, ele não vai querer saber o que você pensa dele, e nem como você ficou depois de tudo o que ele fez, ele não vai sorrir se visse o seu nome nas notificações, e nem ao te encontrar na rua, e nem ficar pensando o dia inteiro como seu cabelo estava lindo, e como seu sorriso desarma qualquer exercíto na guerra, talvez um dia ele olhe à sua foto e se pergunte porque ele te deixou ir, mas você nunca vai saber, sabe talvez ele não esteja tão afim de você.

Carta

Oi, não sei como começar a escrever algo pra você, mas eu queria escrever. Eu tinha que escrever. Sabe, eu gosto de você. E sabe qual o problema? O problema é que eu gosto de você, mais do que eu deveria, mais do que eu gostaria. Isso de alguma forma me assusta e eu sei que eu deveria manter minha distância. Eu fiz o seu mapa astral, não sei se você acredita em astrologia mas isso me fez questionar muitas coisas ao seu respeito, diz que você não gosta de Demonstrações de afeto, e é frio em questões amorosas, o que nos torna muito diferentes. Porque eu transbordo amor, e mesmo que eu não posso transbordar pra você, essa é minha essência. Eu não queria me prender a astrologia, porque embora tudo isso seja um monte de merda, faz sentido. Eu queria ter uma razão pra esperar por você, mesmo que demore, eu nem me importaria, eu meio que gosto do seu jeito tímido e focado no que você faz, o problema é que algumas coisas não foram feitas pra darem certo, eu não sei se é o caso, mas, Se você achar que eu tô me precipitando, tudo bem, eu mantenho minha distância, tudo bem sermos só amigos, você Tem sua vida, e o mundo inteiro pra ir, eu não quero te tirar isso, sei o quanto é importante sermos livres. Pra ser sincera, eu estava tão desacreditada de qualquer tipo de sentimento, mesmo que eu não saiba bem o que é isso. Fiquei dias planejando uma forma de ir te ver e encurtar a distância. Não gosto de ser intensa assim. Não era para estar acontecendo, certo? Não, não era!

Quando eu me vi sentindo sua falta, minha reação foi: "Ah não, não. Dessa vez não, por favor." Eu não quero gostar tanto de você e ouvir você dizer que não vai acontecer, que a distância é demais pra você. Eu quero que aconteça, que enrole, que embole. Eu quero que você se grude em mim e fique. Mas você não é desses, é? Não, não é! Você é selvagem, livre, solto, desligado. Não foi feito pra se prender assim. Você não tá pronto para se apaixonar por mim de volta e eu sei disso todas as vezes em que nos falamos. Você tá pronto pra viver um monte, pra viajar o mundo, conhecer várias Russas, e eu ainda não tô nos seus planos. 

Eu sei que deveríamos ir com calma, deixar acontecer naturalmente. Mas eu sei lá no fundo, que não somos para ser e nem seremos, por isso me assusta, porque eu queria que fôssemos. Primeiro que nosso mapa astral é uma droga. Segundo que nosso mapa geográfico é uma droga. Você não tá preparado para me enxergar de verdade e me permitir. Você tá louco pra fugir. Sim, senhor, para fugir. Você mal sabe disso, mas quando percebe, logo muda. E eu caio. Caio porque espero que você me entenda, e que me queira. Eu sei, loucura.

Eu gosto do seu jeito tímido e ao mesmo tempo centrado, tão distraído que mal me nota. Tudo bem se você acha isso muito precipitado, podemos continuar no nosso nível de amizade em que falamos sobre qualquer assunto, mas mantendo uma distância confortável. Eu nem queria te contar isso, me sinto fraca, mas na verdade isso é um ato de coragem. Eu sinto muito por mim e por você, porque no final, não vai restar nada de algo que eu sei que poderia ser maravilhoso, sabe?

Porra – e estou usando isso como advérbio de intensidade. Isso poderia ser bom para porra! Mas não vai ser, ou vai? Não, não vai! Não vai porque vai acabar assim que eu piscar os olhos. Você vai embora qualquer hora, como todas as pessoas que passaram pela minha vida. Eu não posso gostar de você assim, mas eu gosto, eu poderia esconder, e deixar que você nunca soubesse, mas seria  um saco ter me acostumado com o seu jeito apenas para ter que fingir que não cheguei a sentir algo por ti. Fingir que seu jeito não me encantou. Vai ser difícil, e ruim. 

Eu tô ficando louca, não to? Pois é, que droga ter que admitir isso. Para de me tratar bem, e ser fofo, e gentil, e ligar exatamente quando você diz que vai. Eu não posso me apaixonar por você e querer estar com você. Eu não posso porque eu sei que nós daríamos tão certo se fosse em um outro momento da vida, me entende? A gente iria ficar tão foda juntos.

Eu não posso me apaixonar por você porque vai ser o mesmo que admitir pra mim que eu tive um cara assim na minha vida e ele foi embora. E eu não quero que você seja esse cara, mesmo tendo essa sensação lá no fundo, de que você será SIM esse cara. O cara que vai embora.

Mesmo assim eu acho que você é especial, não estou falando da sua aparência, estou falando do ser humano com a alma linda que tu tem. Aquele que chegou perto de ser algo e não foi. Não vou poder dizer que foi meu namorado, nem meu ficante, nem meu amigo. Você só foi um quase alguma coisa que significou um monte de outras coisas.


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