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Esse não é um texto clichê

Eu te vi online no skype, e quase por impulso te enviei uma mensagem pra saber como você estava, eu até poderia te ligar agora, como todas as outras vezes que passei por cima do orgulho e te liguei e em seguida me arrependi, porque nunca existiu orgulho quando se tratava de você, pra te lembrar de como era bom quando estávamos juntos, eu sentia que podia te falar qualquer coisa, de política à cor das estrelas do mar. Queria te chamar, mas eu sabia exatamente o que você iria dizer, ou melhor o que você não iria dizer, eu não me lembro quando você se tornou tão previsivel. Do abraço antes do trabalho, e das cócegas no chão da tua sala, dos olhares silenciosos, dos nossos pés gelados por fora do edredom, das músicas que você não sabia cantar, das minhas coisas que eu deixava no banco do seu carro, das vezes que eu deixei pra lá algo que me magoava pra não alimentar outra briga, do meu pé te empurrando pra fora da cama, quando fazia muito calor, do teu celular vibrando, eu insinuando que alguém estava te roubando de mim e você sorrindo me chamando de paranóica. De você atrasado pra faculdade, e eu te fazendo atrasar por não conseguir não te beijar, de você me ensinando a pescar, enquanto eu morria de medo de peixe, nossa foto no meu porta retratos, e suas coisas na minha gaveta, você me abraçando enquanto me maqueio, e eu te evitando pra não sujar sua roupa de batom - você tagarelando sobre futebol enquanto enquanto calça o sapato - e o meu cabelo desarrumado, enquanto danço uma dancinha bem ridicula pra você achar graça. Você pisa na embreagem, e eu seguro o freio de mão, eu digo que preciso ir, você me encara como se  fosse uma deapedida. Você me prometeu que voltaríamos a nos falar, lembra? Daí, você me acostumou ao teu cheiro, teu beijo, suas mensagens de bom dia, e foi embora e me deixou assim, totalmente despreparada pra vida sem você. 

Agora eu tenho a cama inteira só pra mim e esse vazio me incomoda. Depois que terminamos nunca maos me atrasei pro trabalho. Durmo cedo, e não acordo na expectativa de que seja alguém especial nas notificações. Dá tempo pentear o cabelo, e eu não preciso andar com coque mais. Pintei o meu cabelo, dessa vez por mim. Meu porta retratos agora ocupa uma foto minha e do meu cachorro.
Não tenho mais você ora falar de futebol comigo, então apenas leio o jornal ora acompanhar a tabela.
Eu deveria te mostrar aquelas fotos da nossa última viagem pra tentar chamar sua atenção pra você ver como seus olhinhos brilhavam quando estávamos juntos, deveria te pedir pra olhar as nossas conversas de uns meses atrás, onde a gente se tolerava e se resolvia. Cê dizia que eu te fazia mais feliz do que qualquer outra pessoa já tinha te feito. Eu não tive medo de te mostrar meus textos bonitinhos, e minhas músicas favoritas. Mas um dia cê disse que gostava muito de mim, e precisava ir. Foi difícil te entender. Mas eu entendi.

''É melhor pararmos por aqui'' foi a última coisa que você me disse. A gente se dava tão bem. Te perguntei o que tinha acontecido, implorei  por uma resposta. Mas a última conversa que tivemos foi uma despedida e você disse assim, "Não dá pra façar agora, mais tarde te ligo". Você nunca ligou, e doeu, pra caralho.

Fiquei arrasada, eu não entendia que o destino me fazia um favor. Doeu sim, mas hoje vejo como eu mergulhei tão fundo, numa superficie que não era nem rasa, era só plana, doeu, mas passou. Depois do dia que você se foi, a tua ausência me ensinou que um lugar no meu coração, não deve ser ocupado por qualquer um. Passei a me perguntar o que eu tinha visto de tão especial em você. E logo me vem a resposta. Nada.  Um dia eu disse que te admirava muito, e que você era um ser lindo e iluminado, eu não menti pra você. Eu menti pra mim. Seu sorriso nem é bonito. Muito menos o mais especial. E o seu jeito? hahaha. Demorei a perceber que você foi a pior coisa que eu já conheci. De todas as lições que aprendi com tudo isso, a última e não menos importante, é que eu jamais seria capaz de dar adeus pra alguém que eu digo gostar, e ir embora da vida dela. Você foi baixo.
Outro dia, vasculhando o meu facebook, me deparei com duas mensagens suas arquivadas na caixa de entrada que dizia: "você está linda com o cabelo mais curto" e "Esqueceu de mim loira?" desculpe, mas quem é você mesmo? Você disse até nunca, e pra mim, nunca mais é tempo demais.

Sou uma filha ruim

Essa é a primeira coisa que eu escrevo sobre você, nunca tive uma inspiração boa pra escrever sobre você, na verdade nós sempre fomos duas estranhas que se conhecem a anos, mas mal nos reconhecemos, nunca se quer tivemos uma conversa significativa, tudo o que vem de você é acusações, e suas palavras me machucavam tanto, que hoje não sinto mais nada. Eu deveria ter por você o amor incondicional, no topo dos topos, e todas as vezes que eu eu sinto que estou próxima de você, você me empurra pra longe, e age como se eu fosse um fardo que você tem que carregar, age como se eu fosse o seu plano que deu errado.
O problema não sou eu.
Não uso drogas, não tive filho aos 15 anos, nem aos 20, nunca cheguei bêbada em casa, ou as 2am. Nunca peguei seu dinheiro escondido, se quer a olhei pelo canto do olho. Mas quando deixo de lavar uns pratos, e passo umas horas no computador, me torno a pior filha do mundo, chove xingamentos e gritos, sou comparada a um lixo. Tá infeliz? Adota a filha das suas amigas, ou os meus primos, que no primeiro grito, vai mandar ir se fuder, mas tenho certeza que São melhores que eu.

É, passou

Assim como eu achei que não fosse passar, assim como tudo passa, passou assim como as estações, o tempo, as coisas, e as pessoas só passou. Um dia eu acordei e simplesmente parou de doer, sua ausencia parou de ser notado, e foi preenchida por outros sorrisos, outros olhos azuis, outros cheiros, outros sabores, outros amores. Eu não tenho mais saudades, até o ódio que restou pra camuflar ou havia amor, passou. Passou como uma tempestade no fim de tarde que vem só pra refrescar os dias, e depois vai embora. E eu tô feliz, você não faz mais parte dos meus planos, dos meus sonhos, da minha vida. Eu sei que você não esperava que eu eu desistisse tão rápido, você esperava pelas minhas mensagens, minha insistencia, esperava que eu esgotasse minhas forças até não restar mais dignidade, mas eu lutei, enquanto você sentava e ria das minhas tentativas. Seu número não ocupa mais, nem u espaço na minha agenda, e nossas fotos ocupam uma gaveta que eu nem abro mais, sorte delas, pois se eu as encontrassem ocupariam o fundo do lixo. Suas roupas eu dei pra caridade, não sobrou nada seu aqui, eu ne odeio as músicas que um dia foram nossas, sério mesmo, eu tô em paz. Eu parei de te procurar nas pessoas, de ampliar a sua foto num ritual besta na esperança de que aquela frase do John Green no seu status fosse uma indireta pra mim. Tive que parar o tempo pra arrumar os estragos que você causou em mim. Tô feliz, tô em paz, eu tô de bem. E tá dando tudo certo desde que te deixei pra lá.

Você não cabe mais no meu hoje

Ontem fez dois meses que a gente não se fala mais, e pela primeira vez não me martirizei me perguntando se você também tinha saudades.
Nossa história terminou sem muito discurso, Você só disse pra eu te deixar, e eu deixei, mas eu não deixei como um adulto bem resolvido, não. Eu fiz pirraça, birra, gritei, e chorei, mas ai um dia eu só parei de pedir pra você não ir, e deixei.
Eu vi você indo bora, e novamente me vi tendo que seguir em frente.
Eu fui pra casa, alimentei o meu gato, liguei meu computador e comecei a escrever, é assim que eu organizo meus sentimentos, escrevi sobre você, e o quanto eu desprezava esse seu jeito, suas manias, seu cheiro, mas a verdade é que eu amava.
Eu nunca demonstrei fraqueza, mas eu era fraca.
Nunca disse que tinha saudades, mas eu tinha.
Eu não chorei na sua frente, mas chorei retraida, nem o meu travesseiro testemunhou. Chorei um choro doído, como se alguém tivesse perfurando minha alma, com uma lâmina. Chorei um choro de quem não aguentava mais ver alguém partindo. Mas verdade é que eu não estava feliz na sua presença, você parou de me trazer paz, e me trazia ansiedade, caos, dano. Um dia eu saí da minha zona de conforto.
Fui ao cabelereiro e me arrumei pra mim mesma, não fico lembrando mais de nós dois, nem imaginando o que você deve estar fazendo. Parei de ter ódio das pessoas com quem você posta foto.
Parei de me perguntar o que eu fiz de errado, porque quando nós temos que pedir pra alguém ficar, é porque tá na hora de deixar alguém ir.

Me olhou e disse que não dava mais. Precisei ler duas vezes pra ter certeza que não estava entendendo errado. O olhei profundamente naquela terça-feira de janeiro, e fiz uma comparação a pessoa que eu costumava conhecer, e ele.
A única diferença agora é os olhos dele, não me olhava da mesma forma. Eu dou um jeito de fazê-lo rir, mas ele não ri, largo mrus afazeres de lado pra escutar ele reclamar do trabalho. Mas mesmo assim ele vai embora. A verdade é que não tenho tanta vontade de voltar a fazer parte da vida dele. Lembro como eram felizes os meus dias, mas um dia isso acabou, acabou o amor. E não posso procurar conserto no que me deixou em pedaços. Ele me culpava por estar infeliz, Isso começou depois daquela segunda semana de janeiro, quando ele disse que ia se atrasar, quando chegou em casa e não era mais o mesmo.

Fiquei uns dias esperando, mas um dia ele se foi fisicamente, do tipo que pega as trouxas e vai. Olhava as  horas iguais, e tinha certeza que ele tava pensando em mim. Mas a verdade é que ele não estava. Chega a ser engraçado o modo com que  abraçamos a ideia de ae prender a alguém, que esquecemos que somos todos livres.

Demorou dois meses para eu me convencer que ele não era tão bonito, ele se quer era engraçado. Demorou muito pra alguém que ficou tão pouco. Disse alguma coisa relacionada à um band aid grudado, incomodando no pelo, que se deixarmos rle fica ali, e temos que ser corajosos e arrancar de vez. Não lembro porque eu gostava dele. Não guardei nem as memórias antes daquele dia que ele foi embora. Deixei de amar ele na semana seguinte. Um ano e uns quebrados depois, com o cabelo menos loiro do que quando eu o conheci. E ele com a pele mais escura do que costumava ser, e o cabelo cortado baixinho, o vi no centro da cidade, deve ter terminado aquelas séries que assistiamos juntos, e concretizado aqueles planos de mudar de estado, deve ter encontrado alguém mais normal, menos louca, mais pé no chão, do que eu. Eu o olhei mas logo desviei os olhos pra um telefone na vitrine de uma loja, eu me enganei, quando achei que ele tinha mudado, ele continua sendo o mesmo, mas eu não. Ele se encaixava pra mim, como uma peça correspondentes a um quebra cabeça, cabia muito bem, e em muitas coisas, só não cabe mais no meu hoje.

Carta de natal não enviada

Mas um ano se passando, e cá estou eu, voltando pra mesma cicatriz sanada. É moreno já são dois anos e uns quebrados, mó saudade. Ontem te vi do outro lado, eu fingi não tê-lo visto, mas fiquei te olhando quando você tava distraído, queria ter corrido ora você, te abraçar apertado só pra lembrar do seu cheirinho, ou como eu me encaixava tão bem ali. Eu soube do fim do seu namoro com a loirinha lá, na verdade eu deduzi quando vi a sua foto na balada na suas histórias do snapchat. Outro dia até comentei com a minha amiga que estava feliz por você está tão feliz, acho que amadureci. Inexplicavelmente me sinto triste sabendo que você deve estar em alguma balada por aí, rindo com os seus amigos, mas eu aposto que mesmo que tu não admita, só está preenchendo o buraco que ela deixou. Eu lembro como você a olhava, me lembrava a forma que olhava pra mim. Ah moreno desculpe, mas não posso te procurar pra desejar feliz natal, mas eu queria sim queria muito. Deixa do jeito que tá. É natal, e as pessoas trocam presentes e cartas, e esse ano você é meu destinatário, assim como ano passado, e ano retrasado, assim como todos os seus aniversários, e todos nossos aniversários que eu escrevo pra ti, porém não envio. Falta de coragem? Talvez. Mas talvez eu já tenha te dito tudo o que você precisa saber. Faz dois anos que nós nos desconhecemos, faz dois anos que eu evito passar perto da sua casa, topar com os seus amigos, e com sua mãe, com seu irmão, com aquela música, com aquelas fotos, e com você. É natal e as luzinhas lá fora piscam em uma sincronia tão perfeita, assim como nós brilhavamos.
Lembro como éramos tão bonitos juntos, e te procurar seria fingir que durante esses dois anos não houve nada, não houve sofrimento, ansiedade e algumas noites de insônia, me perguntando se eu deveria te ligar, me sentindo uma covarde por não ter coragem, e culpada por não ter tido coragem, ou arrependida de ter tido coragem. Transformamos nosso amor em uma história silenciosa

. Quem cala, sente. Quem não fala, morre engasgado com as próprias palavras.

Me desculpe, mas você n

ão fazes mais falta como me fez  naquela época que paramos de nos dalar, mas, eu seria hipócrita se te dissesse que te esqueci, não há um só mês que eu deixe passar em branco os dias 24 e, dos planos que tivemos que refazer com outras pessoas. Ainda bem que existe o tempo e o mundo que não para de girar, com a maturidade, aprendemos a diferenciar que lembrar, é bem diferente de nunca ter esquecido.

Sabe eu não te esqueci, e não te esqueço. Me arrependo por não ter te dito o quanto eu era grata por ter feito parte disso, dizer eu queria que você soubesse que quando eu te disse que não me importava mais, na verdade, eu ainda me importava sim. Eu ainda estava ali. Eu só queria dizer que quando eu disse que não significava nada, significava sim, e quando e naquelas brigas que eu não ia atrás, só queria que tu admitisse o seu erro e fizesse o possível  pra que tudo ficasse bem entre a gente, que ainda tivéssemos aquela empolgação de fugir pra longe. Eu só queria que ainda existisse interesse, intenção e vontade de ficar juntos. Mas chegamos num ponto que não conseguíamos mais acontecer. Nosso amor não perdeu a cor, queríamos que as coisas dessem certo, mas a verdade é que fizemos tudo pra que desse errado. Aos poucos, as coisas boas foram ficando pra trás e  a gente nem percebeu que éramos passado. Aos poucos a gente foi se desfazendo. Sabe, depois que terminamos, por várias vezes eu ainda quis te ligar, e pedir desculpas, queria muito. Dizer que eu sentia falta, dos nossos planos, senti sua falta, senti saudade, sentia muito.

Eu,  particularmente cresci, e nós que éramos um par, nos tornamos números ímpares, eu particularmente me tornei um numero inteiro.
Você perdeu o direito de saber de mim no momento que abriu mão de mim.
Você era o meu amor, e não se tornou nem um número de amigos no meu Facebook, ou se quer um número na minha agenda... Eu queria voltar a fazer parte dos seus planos, e te incluir nos meus. Mas lembro que não posso. Então apenas te incluo nas minhas orações e peço pra que  papai do céu cuide de você.

Feliz natal.

O homem mais lindo que eu conheci

toda vez que eu termino um relacionamento, eu lembro que uma vez eu conheci o homem mais lindo do mundo. Foi no baile de formatura do final do terceiro ano no ensino médio, meu par tinha ido embora cedo, eu estava emburrada e sentada no meio fio comtemplando a existência esperando minha amiga ficar com um cara, e começou a chuviscar, e ele murmurou baixinho sobre a chuva desfazer os meus cachos, que eu passei duas horas  fazendo. Toda festa de fim de ano tem aquele seu ex do ensino fundamental, aquele cara que você era afim mas que ficou feio, aquela menina que você nunca conversou mas tem antipatia mesmo assim, pode reparar que também tem aquele cara muito gato que nunca falou com você, porquê você é a esquisita de óculos e aparelho. Ele era o cara mais gato e tava no time de lacrosse, e ele veio falar comigo “vai molhar o cabelo loirinha”. Ah, é só água. Se tratava do rapaz mais gato da escola na época. Quem poderia ser mais bonito do que ele? David Beckham? James Rodriguez? Justin Timberlake? Não. Basta vê-lo em glee, pois ele era a cópia exata do Cory. Não gosto de homem que tem o rostinho bonito, e sente a obrigação de ser tão desinteligente como uma porta, embora eu seja libriana e superficialidade seja meu nome do meio. Ele tinha uma coisa, não sei explicar, acho que era a forma que imitava alguém quando ninguém estava olhando. Ou como ele arqueava a sobrancelha quando queria ser fofo. Nosso gosto musical era o mesmo, a gente cantarolava Red Hot Chili Peppers, e eu apresentei pra ele Yellowcard e Dashboard Confessional, e dois meses depois ele estava me dedicando Stole. Lembro que no mesmo dia em que nos conhecemos trocamos uns beijos, msn, orkut e confissões e eu lembro que, apesar de estar com muito sono e cansaço e meu cabelo estivesse grudando na pele e eu estivesse desesperançada com a vida, e eu não esperava que ele fosse um ser humano tão bom. Eu já tinha visto alguém assim uma vez, na TV. Os olhos dele se pareciam muito com um abismo, o abismo olha pra você, e tudo o que você quer, é se jogar. Como sempre eu pulei, sem nem olhar se ele era denso demais ou raso ao ponto de me causa traumatismo craniano. Ele escreveu nossos nomes em uma árvore uma vez, com certeza isso foi o mais próximo que eu cheguei de amor. O amor só existe pra quem quer vê-lo, eu mergulhei tão fundo que nunca mais aceitei ser degustada pelas beiradas; nosso amor foi tão intenso, que tudo o que veio depois me parecia morno demais. Eu até conheci outros amores depois dele, ou melhor, amores eternos de uma semana: eu só fiz usá-los para me sentir menos vazia na vida, ou pra sentir que havia vida depois dele. Se eles me usaram por causa do meu buraco entre as pernas, eu os usei por causa do meu buraco no meio do peito. Quem é mais esperto? Não sei. Soube que ele seguiu em frente, mas eu ainda guardo um anél de plático que ele me deu quando eu tinha 18 anos, e ele prometeu que aos 25 me daria um de diamante. Conheci um outro quase amor depois dele, durou dois meses. Durante esses 2 anos e uns quebrados de separação ainda tenho uma vontade boba de mandar um áudio no whats arrotando o nome dele. E de rir porque armei toda essa palhaçada de ser só e tatuar  Freedom no meu ombro direito, apenas para, dormir até meio-dia sem vergonha de ser inútil ou mesmo um pouco triste. E vou ficar um pouco feliz porque descobri que ele vai casar com outra, e o anel de diamantes vou esperar pra quando eu fazer 25 anos na próxima vida. E vou ficar lá no cantinho da igreja, e vou rir com tudo o que aconteceu, e pensar que tudo tem o lado bom  eu vou finalmente ter vontade de parar de pensar nele todos os dias. O único que até hoje preencheu alguma coisa. Eu sei porque ele foi embora, porque a gente estava sim se amando, mas alguém tinha que desistir e alguém tinha que se foder. Justo ele que eu escolhi pra fugir comigo da normalidade do mundo. Porque ele me emprestava a mão dormindo e me abraçava nas noites que eu me sentia perdida, e ele dizia achar brega as cartinhas que eu mandava, mas ele guardava dentro da carteira, e também me escrevia textos fofos, com sua cursiva ruim, com coisas que ele jamais me disse mas eu sabia. E ainda se perguntava o tempo todo se eu percebia como era legal a gente, como era bonito. E então, só pra enfeitar a merda que deu errado, porque se não desse errado pra caralho não seria eu, ele se bandeou pro lado dos que se foram. Um dia a avó dele me convidou pro aniversário dela, quase 11 mêses depois que ele se integrou na marinha. E eu me senti idiota e louca por aceitar o convite e ir, como aqueles bêbados que invadem uma festa chique, e as pessoas ficam se perguntando como ele foi parar ali. E ai ele apareceu com uma nova namorada, isso foi muito cruel ainda que seja tão normal as pessoas amarem o próximo assim como Jesus amou. Nosso término não doeu porque ele tava terminando, doeu porque até o dia anterior eu estava tão acostumada a ter ele na minha vida, que eu não sabia como chamar ele pelo nome como dois adultos normais, a gente se falava todos os dias, mas não da mesma forma. A gente não podia ficar juntos, porque ele estava indo embora, e não tinhamos ideia de quando ele voltaria. E ai um dia a gente parou de se procurar. E eu achei que a gente podia ter uma bolha nossa pra sermos loucos, retardados, longe do mundo mais ou menos adulto. E quando eu me dei conta que ele foi embora tudo ficou feio. A vida teve que seguir, e eu quis me prender ao passado. Porque aquela realidade tava foda. E todo mundo vivendo, rindo, fazendo planos, familia, fazendo suas coisas.E eu rindo, acrescentando mais uma tatuagem, desejando ser uma escritora bebada, fumante em NY, chorando silenciosamente um choro abafado, dolorido, retraído, medicado, anestesiado, domesticado: Me perguntando o que houve com o amor. De que ele morreu? Por que eu sigo fazendo de conta que é isso. Naquela noite na festa de formatura, quando eu cheguei em casa, eu dancei Fearless sozinha no meu quarto. Dois anos depois sentei no cantinho da cama e li um texto que ele decorou pra impressionar minha mãe. Porque quando ele ficou nervoso porque queria dizer pra ela que me amava, mas ele nunca tinha me dito. A gente só percebe que é amor, quando já deixou de ser. Esses dias Stalkeei ele no insta, e no comentário da foto, ele disse que amava ela. E tudo o que eu consegui reproduzir era a gente almoçando e falando sobre o tempo e as pessoas escrotas e como éramos fãs do Bolsonaro. Que droga isso tudo, que droga esse amor, que droga eu, que droga todos os casais que riem e combinam política, fazem suas coisas e almoçam e falam que se amam. Sobrevivi pra nunca saber se ele ainda lembra de mim, pra nunca responder quando me perguntarem: E ele? pra nunca entender o que houve com a gente. Pro nosso final feliz ser ele lendo o texto mais lindo que eu já escrevi, enquanto ele planeja sair da casa dos pais, e alugar um AP mais ou menos, e morar com a namorada. O mais estranho de tudo é que depois de tantas pessoas que vieram depois dele, eu ainda sinto tantas milhares de coisas lindas, relacionada a ele. Lametando nosso fim de amor, e lembrando da gente dormindo e ele fazendo a piada dos homens que eu achava gato. Eu sinto saudades, mas não todos os dias;  Eu prefiro ser quem sente saudade em silêncio, quem espera na porta do seu Ap pra entender que se ele descer, não será por mim. Eu prefiro ser quem o espera na outra linha pra entender que se ele ligar pra mim, seria engano. Eu prefiro ser a louca que imita a sua nova namorada, mas que morre de inveja dela por ser tão sortuda. A trouxa que pergunta de você pra sua mãe mesmo sabendo que ela vai te contar. Do que ser quem beija um cara na sua frente pra fingir que superou, que posta snaps na balada pra fingir que a vida tá muito melhor sem você. Do que fingir que não sente ou não se importa ou não se incomoda de ser esquecido. Porque eu sou quente, trouxa mesmo é quem acha que ser frio é ser demais, que indiferença é sinônimo de virtude, porque gente fria pra mim é gente morta.

Sobre alguém que foi embora

Eu nao sei se você lembra mas um dia você disse que eu era a sua pessoa favorita no mundo. Disse que adorava meu jeito estabanado, e que eu era a única que te arrancava risos, quando você estava mal.
E todo final das nossas conversas você dizia que eu era o seu anjo.
Você não foi embora naquele dia 17, não. Você tinha ido embora muito antes.
Você estava indo embora quando demorava horas pra me responder, enquanto o meu tempo era exclusivamente seu, você ocupava o seu fazendo algo mais importante do que falar comigo. Eu fui me tornando um tanto faz na sua vida, mais uma notificação que você tira porque incomoda. Eu ficava horas estrelando munha cabeça na parede, me perguntando o que eu fiz pra você mudar. Mas você não mudou, eu demorei a entender que você não gostava mais de mim. Você continua o mesmo, rindo das piadas dos seus amigos, e mal humorado depois de um dia inteiro de trabalho. Eu fiquei meses sendo a iludida, achando que a sua falta de interesse era falta de tempo. Até umas semanas atrás, quando eu vi uma foto sua com uma garota em frente a sua casa, eu lembrei daquelas promessas que tu me fez de nos abraçarmos no aeroporto, e ficarmos ali estáticos, até às pessoas se perguntarem o que há de errado com nós. O que há de errado com nós? Eu te pergunto isso, porque se dependesse de mim, eu ainda estaria ali, acreditando nas suas mentiras.
Eu demorei a entender que manter as nossas conversas, e nossas fotos, não ia mudar nada, você ia continuar o mesmo, acho um absurdo lembrar do cheiro dos seu abraço, e de como eu ficava exatamente do seu tamanho quando usava salto alto. Acho um absurdo eu continuar aqui, enquanto você continua solto pelo mundo. Eu não me importo de ampliar sua foto, escrever uma mensagem e desistir de te enviar em seguida, e explicar pra esperança, que você não volta mais.
Eu preferia que você tivesse jogado na minha cara que tu acha ridículo o meu jeito estabanado, ao invés de me elogiar pra minha melhor amiga, e dizer que eu fui a melhor coisa que já foi sua. Você deveria dizer que meu jeitoera forçado ao invés de dizer que sentia muito que a gente tinha terminado assim. E ter ido embora sem nem me explicar o porquê. Tava tudo bem se você dissesse que meu cabelo fica ridículo pela manhã, o que não suporta minha citações da Tati Bernardi.
Você foi pior que isso. Me fez interpretar o seu silêncio achando que o problema era eu, me fez encerrar minhas noites calculando as possibilidades de ir atrás de você e deixar de lado me orgulho, até minha dignidade, correndo minhas por alguém que nunca deu um passo na minha direção. Eu já to exausta.

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