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Eu não posso deixar você ir embora...

Hoje mais do que nunca olhei pro celular, e senti saudades, não dessas saudades que dá vontade de aparecer na sua porta às 3am, não. Uma saudade boa, uma saudade saudável, queria te abraçar e desejar silenciosamente que você volte logo, você entenderia, não entenderia? Então apenas abracei o meu moletom, e senti o seu cheirinho. Não me culpe por não ver graça em mais nenhum sorriso distraído por aí, as sua mentiras bonitinhas me agradam. Por que você não pode simplesmente ser um babaca e me fazer gostar menos de você? Você sorri e traz a calma do mundo inteiro, me trás uma certa paz, que eu nem lembrava que existia. 

Não me olhe assim, de frente por favor, esse olhar de quem me conhece há anos.
Não finja conhecer meus hábitos, minhas manias minha risada indiscreta. Não finja que se importa enquanto eu passo o dia achando que você realmente se importa. Te vejo ir embora e tudo o que penso em fazer é sentar e torcer pra que você não demore muito. Nunca vou entender porquê a gente se dá tão bem, mas a nossa compatibilidade é como - e +. Porque você tem esse jeito militar de parar com as mãos para trás. E vive para manter minha total proteção quando me liga para saber se cheguei bem em casa. Porque você fala de um jeito pausado e ainda acha graça das minhas piadas. Porquê dói lá no fundinho saber que você é amarrado em alguém que não eu. Não se trata apenas das flores, dos cartões, bilhetes e jantares, do tempo, dos contratempos, é a maneira como você olha para ela, é a maneira como você fala dela. 

(...) Porque eu morro de saudade quando abraço o meu moletom com o seu cheiro, e suspiro como uma criança manhosa que não quer acordar cedo pra ir pra aula. Odeio abrir nossas conversas antigas e me deparar com tão próximo nos tornamos, e odeio o fato de não ter te conhecido antes. 

Eu sei que a minha facilidade em colocar tudo em palavras te assusta, confessa. Acontece que hoje, nessa manhã eu li algo que me fez lembrar de você, um texto da Tati Bernardi e falava sobre como as nossas exatidões eram tão perfeitas um para o outro, mas não eram feitas para serem somadas. E isso me fez refletir muito, nos damos tão bem, mas sabemos que juntos seríamos como uma bomba nuclear. Você me atraí, me acrescenta, somos como imãs de polos distintos. E isso é ruim. É péssimo. Não é como matemática simples 1+1=2. Eu já escrevi para você em forma de texto, já descrevi nossos diálogos, já te romantizei e ainda assim, não consegui chegar no ápice das coisas que eu quero que você saiba. Eu aceitei sair com o rapaz do cursinho, ele é lindo, ouve Green Day, entende das piadas do Twitter, e ainda abre a porta do carro como um perfeito gentleman. O problema é que todo cara que chega perto de mim é desinteressante quando comparado a você. A gente tem essa intimidade gostosa, essa coisa de rir quando tá bem, de mostrar pro outro que superou e que não precisa mais, de rir do seu amigo mala, e ainda assim, nos encaixarmos tão bem, o suficiente pra não termos espaço para nós, na vida um do outro. Mas eu sou inconstante o suficiente para olhar  para você e mudar de calçada. Embora não pareça, emoções me assustam, me pegar sentindo sua falta 2am, cara!? O que têm de errado comigo? Nós não somos exatamente o que o outro precisa. Mas a gente se pega se atraíndo, coisa de pele que vai além da epiderme embora saibamos que é errado. A nossa falta é que nos completa de alguma forma. Embora saibamos que essa conexão tão exata, a minha instabilidade, me faça ser um fio negativo e você o fio positivo, e uma hora a gente entra em colapso. Ser prolixa sempre foi uma das minhas melhores qualidades, portanto, ignore as partes desse texto que você não conseguir entender. Você é a minha música de sertanejo universitário que eu odeio, mas a letra faz sentido e eu sou o seu clichê preferido. Simples assim. De verdade, eu não posso te deixar ir embora assim, do nada. Assim, pela quinta ou sexta vez. Já até perdi as contas de quantas vezes entramos num consenso ao  decidir que é melhor nos afastarmos e em seguida achamos que é melhor assim, nos termos guardados no contato da nossa agenda. E enfeitar nosso erro mais bonito,  pra que não pareça que isso seja desvio de caráter, porquê eu prefiro acreditar em você, e cada palavra que você diz, mesmo sabendo que isso não se faz, acreditar nas pessoas. Eu não posso deixar você ir embora porque eu vivo de recortes da gente. Por mais recente que seja nossa pseudo-história, saiba que eu guardo você no fundinho do meu coração. Acho que é isso que me mantém aqui. Essa minha mania de achar que não vai haver tragédia romântica assim com mais ninguém. Eu não posso deixar você ir embora. Não é por amor. Longe de mim. Mas eu sinto falta da nossa compatibilidade sem sentido. Sem nada que justifique essa vontade de ficar uma hora ao telefone – e concluir no minuto seguinte que a gente não dá certo junto, pela milésima vez.  Eu não posso deixar você ir embora. Por mil motivos e por mais nenhum. Pela minha lógica sem sentido, de quem tem tanta coisa para dizer, mas prefiro que você perceba. Eu não posso deixar você ir embora, é por isso que eu termino esse texto com reticências…

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